Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, exibida na noite de ontem (17), Henri Castelli relatou o pesadelo que tem vivido desde o final de 2020. Em depoimento emocionado, o ator explicou em detalhes as agressões que sofreu em 29 de dezembro do ano passado, em Barra de São Miguel, em Alagoas. Atualmente no ar na emissora com a reprise da novela ‘Flor do Caribe’, Castelli não conseguiu controlar a emoção e caiu no choro ao relembrar os momentos pavorosos.
“Eu estou fazendo terapia, para tentar me acalmar. Porque acordar de madrugada, você encosta no travesseiro parece que é alguém te dando um soco”, revelou Henri, em meio às lágrimas. “Tem risco de ter sequela quando desinchar daqui 30 dias. E quando eu penso nisso… Eu só penso na minha família. Eu trabalho com isso, eu sustento a minha família sozinho, eu sou um pai de família, eu sou um pai de dois filhos, sustento a minha mãe…”, disse Castelli.
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Após a agressão vivida em uma festa de final de ano, o artista recebeu os primeiros socorros na Santa Casa de Alagoas. De acordo com o médico responsável pelo procedimento, Henri precisou de um fio de aço para unir os fragmentos da mandíbula. “A gente passou um fio de aço [na mandíbula] para fazer a união desses dois fragmentos existentes, para dar um conforto e a mandíbula dele não ficar deslocando. E ele pôde sair falando normalmente, abrindo e fechando a boca”, afirmou o Dr. Edmundo Melo.
A cirurgia possibilitou que Henri cumprisse compromissos profissionais em Fernando de Noronha e, logo após, se dirigisse para São Paulo, onde passou por uma nova operação no dia 8 de janeiro. “É uma fratura grave. A mandíbula está quebrada, ela estava exposta. Ele passou por uma anestesia geral para poder colocar parafusos e pinos de titânio para colocá-la na posição correta”, afirmou Rana Saleh, a cirurgiã-dentista responsável pelo procedimento. “Isso para que ele pudesse ter o reestabelecimento da mastigação, fala, enfim, toda a função necessária. A gente não sabe se ele vai ficar com alguma assimetria, o rosto torto, a gente não sabe se vai comprometer a fala dele”, explicou a profissional.
À Renata Ceribelli, Henri disse que não estava bêbado e que nada justifica as agressões sofridas. “Eu achava que eram socos na cabeça. Depois me disseram que era um calcanhar. Eu pergunto pra vocês: uma pessoa no chão, caída, é motivo para alguém continuar chutando a sua cara no chão?”, questionou ele.
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Claramente abalado por conta do trauma, o ator ainda afirma que tem medo das consequências da violência, principalmente de perder sua carreira. “Eu não fiz nada para que essa selvageria desmedida acontecesse comigo. Que mundo que a gente tá vivendo?”, perguntou. Ao ser questionado pela repórter sobre como está se sentindo após a situação, Castelli voltou a chorar.
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“Olha, tenta imaginar você acordar, olhar no espelho, ver sua boca torta”, relatou ele, aos prantos. “Eu não tenho raiva da pessoa, eu não tenho ódio, eu perdoo. O resto, é que a justiça está fazendo. A única coisa que eu quero é voltar a trabalhar e que meu rosto volte a ficar normal, se Deus quiser”, finalizou.
Entenda o caso
O caso de violência tem versões diferentes entre os envolvidos. De acordo com Henri, ele foi cercado por homens em uma marina, mas não se lembra do que aconteceu depois. O artista nega que tenha sido o responsável por começar qualquer confusão.
Bernardo Malta, dono da casa de shows onde Castelli estava na noite do episódio, é um dos apontados como agressor. Em depoimento à polícia, o empresário declarou que, ao chegar na marina, Castelli respondeu de forma irônica e grosseira sobre uma festa realizada antes. De acordo com Bernardo, Henri tentou dar um soco nele, mas errou o alvo e pegou no lutador Guilherme Aciolly, que revidou.
Dois barqueiros deram a mesma versão, de que Henri tentou dar um soco em Bernardo, mas que acertou em Guilherme. No entanto, segundo o promotor Eduardo Falesi, que estava no local, Henri apanhou de mais de uma pessoa, com chutes e socos na região da cabeça e da face. Os responsáveis pelo local disseram que as câmeras de segurança estavam desativadas e que, por isso, não existem evidências visuais do acontecido.
O delegado Fabrício Nascimento, que investiga o caso, afirma que há dois suspeitos de estarem envolvidos nas agressões. “Podemos afirmar que foram duas pessoas. Já temos dois suspeitos, que serão indiciados por lesão corporal grave. Nos próximos dias vamos encaminhar para o Ministério Público”, conclui ele.