O processo sobre a tutela de Britney Spears avançou a favor da cantora. Nesta quinta-feira (11), a juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Brenda Penny, determinou que o pai da artista, Jamie Spears, não será mais o único tutor das propriedades e investimentos da loira.
Ainda em 2020, Britney entrou com uma petição no tribunal para remover o pai do acordo e colocar uma instituição financeira como a única responsável por administrar seu patrimônio. A defesa da popstar argumentou, na ocasião, que ela tinha medo de Jamie Spears.
Segundo a NBC, a Justiça negou o pedido da cantora, mas estabeleceu que a tutela agora seja co-administrada pela associação bancária Bessemer Trust. O banco e Jamie terão que criar, conjuntamente, um plano de investimento sobre a administração das propriedades de Britney.
De acordo com Samuel Ingham, advogado da estrela, ela concordou com a revisão feita, mas ainda quer que o pai seja retirado totalmente da tutela. “Não é nenhum segredo que minha cliente não quer seu pai como co-tutelar, mas reconhecemos que a remoção é um problema separado”, afirmou. A próxima audiência está marcada para o dia 17 de março.
Vivian Thoreen, advogada de Jamie, levantou objeções sobre como a co-tutela seria empregada, solicitando que seu cliente tivesse o poder de delegar decisões de investimento, respeitando assim, as definições judiciais tomadas ainda em 2019 de tutela exclusiva. “Não há intenção ou desejo de criar desigualdade de poder entre as decisões das partes, meritíssimo. Esta é uma maneira de torná-las consistentes e não tirar os poderes de Spears como tutor”, argumentou a defesa, que teve o pedido negado.
Entenda o caso da tutela de Britney
Em 2008, Britney Spears passou a viver sob tutela gerenciada por seu pai, Jamie Spears, e desde então, a estrela não tem mais controle sobre sua própria trajetória. Em setembro de 2019, um juiz nomeou a gestora Jodi Montgomery como tutora temporária da artista, depois que o pai da loira deixou o posto, alegando “razões pessoais de saúde”.
Nos Estados Unidos, o status de tutela é decretado por um tribunal para pessoas incapazes de tomar decisões por si mesmas. No caso da cantora, ela passou por um período conturbado em 2007, devido ao descontrole do uso de substâncias ilegais e bebidas alcoólicas, tendo como resultado diversos problemas na Justiça, principalmente, em relação à guarda dos filhos.
Em maio de 2020, a tutela de Britney foi estendida. Os documentos do tribunal, obtidos pela revista norte-americana “Us Weekly”, mostraram que a gestora Jodi Montgomery foi autorizada a seguir no papel até 22 de agosto do mesmo ano. Britney, por sua vez, “expressou que não queria trabalhar novamente, porque não queria continuar a se manter essencialmente sob a tutela”. Assim, a carreira da popstar foi desacelerando, e o movimento #FreeBritney tomou força dentro e fora das redes, graças à crescente preocupação dos fãs com o bem-estar da ídola.
Por mais de uma década, a artista aceitou silenciosamente o sistema. A tutela controla suas finanças e certos aspectos de sua vida cotidiana – como tratamentos de saúde mental e para onde e sob que condições ela está autorizada a viajar. No final de novembro, Britney entrou com um novo pedido na Justiça, para que sua gerente substituísse permanentemente Jamie como tutor.
Entretanto, a juíza responsável pelo caso recusou a petição, a despeito da defesa de Spears ter afirmado que ela não podia trabalhar enquanto ele estivesse no controle. “Minha cliente me informou que tem medo de seu pai. Ela não voltará a se apresentar ao vivo se o pai estiver no controle de sua carreira. Estamos em uma verdadeira encruzilhada”, disse o advogado Samuel Ingham, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Recentemente, o namorado de Britney, Sam Ashgari, também criticou o pai da cantora: “Na minha opinião, Jamie é um completo idiota. Não vou entrar em detalhes porque sempre respeitei nossa privacidade, mas ao mesmo tempo, não vim para este país para não poder expressar minha opinião e liberdade”, declarou o rapaz, nascido em Teerã, no Irã.