Na noite de ontem (14), o “Domingo Espetacular” levou ao ar entrevistas com Maycon Douglas Pinto do Nascimento Adão, conhecido como MC Maylon, e Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo. O jovem de 21 anos acusa o cantor veterano de tê-lo estuprado no final de 2020. À equipe da Record TV, o funkeiro reafirmou as denúncias contra o pagodeiro, e disse ter tentado tirar a própria vida após cair em depressão por conta dos acontecimentos. Já Anderson nega veementemente os relatos, apresentando uma versão diferente.
Em conversa com Roberto Cabrini, o acusador do pagodeiro afirmou que o encontro entre os dois, em 11 de dezembro do ano passado em um quarto de motel, seria apenas uma reunião profissional, marcada pelo veterano. Ao MC, teria sido prometido um “hit”. Segundo Anderson, porém, um encontro sexual havia sido combinado previamente, de maneira consensual.
Ao abordar o relacionamento prévio dos dois, o jovem diz que eram muito próximos. “[Ele era] Um pai, um amigo, um padrinho, um irmão“, declarou. Já o cantor do Molejo alega que essa proximidade toda nunca existiu, nem profissionalmente, nem no âmbito pessoal.
Voltando aos eventos da noite de dezembro, as versões novamente se diferem. O garoto contou que ficou desconfortável e “retraído” logo ao chegar no motel. “Ele bateu no volante e falou: ‘você está desconfiado do pai?’. Ele falou: ‘sou uma pessoa pública, as pessoas não podem me ver’“, disse. Segundo ele, Anderson logo se despiu e começou a agredir o MC. “Eu não sei o que eu falava pra ele, a única coisa que eu falava pra ele era: ‘Pai, para. O que você está pensando em fazer? Pai, eu sou virgem’“, afirmou.
O pagodeiro defende que, caso o parceiro tivesse negado o ato sexual, teria parado na hora e o deixado ir embora. Segundo Maycon, porém, ele não conseguiu escapar por que foi segurado com força por Anderson. “Senti muita dor. Foi a pior dor que eu senti. Eu comecei a sangrar. Ele penetrou e eu desmaiei“, falou o MC. O veterano sustenta que isso não ocorreu. “O que aconteceu foi tudo consensual, foi tudo permitido“, disse o pagodeiro.
Questionado sobre sua orientação sexual, Anderson não deu definições: “Eu gosto de pessoas e sou um cara que não sou preconceituoso. Não pode-se dizer que sou gay nem que sou bi“. O veterano conta que os dois conversaram normalmente ao saírem do hotel, e que ele deu uma carona para o rapaz. “A gente estava falando como se fosse uma coisa só minha e dele“, afirmou.
O jovem relatou que continuou a frequentar eventos e shows por uma questão profissional. “Eu não estava bem. Tentei me matar duas vezes, porque eu estava entrando em depressão“, desabafou. O pagodeiro acusa a mãe de Maylon de tentar extorqui-lo, ameaçando levar o caso para a mídia. A mulher diz, por outro lado, que apenas queria que o cantor pagasse exames para seu filho, já que ato sexual teria sido sem proteção.
“Acho que errei quando fui procurar o Anderson, porque hoje ele joga a culpa em mim“, pontuou a mãe. Anderson diz que aceitou pagar pelos testes, mas que não teve retorno da família. O cantor ficou emocionado ao relembrar das famílias que dependem dos shows de seu grupo e disse não temer o resultado das investigações. “O que eu fiz e faço entre quatro paredes, ninguém precisa saber de nada. A verdade vai aparecer“, afirmou, com a voz embargada. O MC, por sua vez, negou que estaria usando o pagodeiro. “Eu diria pra ele repensar os atos que fez comigo. E dentro dele, ele sabe tudo que ele fez dentro daquele hotel“, apontou. Assista:
Andamento das investigações
Na terça-feira, dia 9, a polícia civil do Rio de Janeiro confirmou, em nota emitida por assessoria de imprensa, que encontrou vestígios de sangue e esperma em peça de roupa íntima de Maycon após o mesmo acusar o cantor Anderson Leonardo, do grupo Molejo, de estupro. O crime teria acontecido em dezembro de 2020, em um motel chamado Queen, localizado em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“De acordo com a 33ª DP (Realengo), funcionários do motel e outras testemunhas prestarão depoimento esta semana. A delegacia informou, ainda, que o laudo na peça de roupa da vítima ficou pronto e comprovou resíduos de sangue e de esperma”, diz o comunicado. A polícia espera também receber as imagens das câmeras do circuito interno de vídeo do estabelecimento, para que possam avaliar melhor o que aconteceu no fatídico encontro.
Em uma live polêmica, realizada no Instagram no dia 5 de fevereiro, Anderson alegou, de forma bastante agressiva e explícita, que teve relações sexuais consensuais com MC Maylon, nome artístico da vítima. À revista Quem, o advogado do cantor, Ivo Peralta, afirmou ainda que seu cliente pretende entrar com um processo e pedir indenização ao rapaz.
“Inicialmente, estamos buscando esclarecer junto às autoridades policiais todas as provas e depoimentos necessários para mostrar que não houve crime de estupro [por parte de Anderson]. Em seguida, também pretendemos adotar medidas cabíveis para que a suposta vítima venha indenizar Anderson pelos danos causados. O rapaz precisará responder tanto civil quanto criminalmente por calúnia e difamação. Vamos adotar medidas judiciais na esfera cível pela informação inverídica”, explicou ele.
De acordo com a defesa, o pagodeiro estaria perdendo vários trabalhos após ter seu nome envolvido no caso. “Ele está tendo prejuízos excessivos com contratantes, que estão cancelando shows. Isso tem interferido no ganha-pão de cada um que trabalha com o grupo Molejo. São mais de 30 famílias que dependem dos shows e estão sendo prejudicadas por causa de uma mentira”, argumentou.
Peralta afirmou que um documento com provas, desmentindo Maylon, será apresentado à polícia. “Nós estamos produzindo um dossiê que vai ser peticionado com datas, fotos e muitas provas que mostram a inverdade do rapaz. No dia 12 de dezembro, por exemplo, a suposta vítima estava com a irmã do Anderson em uma festa, se divertindo, menos de 24 horas depois do suposto estupro, como se nada tivesse acontecido. Ou seja, é uma história muito fantasiosa”, pontuou.
Por fim, questionado sobre as polêmicas declarações de Anderson feitas em transmissão ao vivo nas redes, o advogado adiantou que o músico irá se retratar em breve. “Acredito que ele estava sob estresse, ficou muito nervoso depois do depoimento na delegacia, entrou em um estado de autodefesa e acabou falando muita besteira nas lives. Vamos buscar uma retratação junto ao público e a toda comunidade LGBTQIA+ pela forma equivocada que ele se colocou nas lives”, avaliou o profissional.