Celebridades geralmente tem comportamentos considerados um tanto quanto exóticos para o restante da sociedade. No entanto, vez ou outra, alguma coisa chama muito a atenção. Mais recentemente, uma prática peculiar surpreendeu muita gente, pelo menos no Brasil: comer placenta.
A prática de comer placenta não é bem uma novidade, visto que já é algo bastante difundido no Estados Unidos, Canadá e países da Europa. Até mesmo no Brasil, algumas personalidades já são adeptos da prática considerada peculiar para muita gente, como a Bel Gil.
Contudo, foi depois que o casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert mostraram um vídeo do nascimento da filha caçula, Maria, onde aparecem comendo a placenta do parto, que o assunto ganhou destaque novamente. O vídeo foi compartilhado durante o programa Bem Juntinho, do canal GNT, comando pelo casal.
O tema, obviamente causou um alvoroço nas redes sociais, com muita gente desaprovando a prática e outras apoiando, ao mesmo tempo que despertou a curiosidade em todo mundo. Por isso, hoje iremos conhecer melhor a prática de comer placenta, a placentofagia e toda a questão que envolve o tema.
Placentofagia, a prática de comer placenta
O ato de comer placenta após o nascimento da cria é algo totalmente comum no reino animal. A placentofagia, como é chamada a ingestão da placenta por parte dos animais mamíferos tem um grande propósito. Nesse caso, esses animais comem o órgão como forma de proteção, já que assim os predadores não conseguem seguir o cheiro da cria e colocar a sua vida em risco.
Quando se trata de humanos, a prática por mais incomum que pareça, tem sido cada vez mais comum nos dias de hoje, mais ainda em algumas culturas antigas. Uma das principais origens dessa prática entre humanos é que a placenta, o órgão hormonal que alimenta e ligo o feto à mãe, é muito nutritivo, e ajuda na recuperação da mãe logo após o parto.
Além disso, segundo diversas crenças populares, ingerir o órgão trás vários outros benefícios, como prevenção da depressão pós-parto e de dores pós parto, e também contribui para a amamentação. Não por acaso, países como a China, por exemplo, a placenta é vendida como um remédio tradicional, mesmo em que em outros lugares com culturas distintas, a prática seja considerada nojenta e desnecessária.
Nos Estados Unidos, Canadá e Europa, a placenta é preparada em cápsulas para serem consumidas de várias formas, em bebidas e alimentos. Prática essa que tem sido cada vez mais comum nos últimos anos.
O que a ciência diz a respeito
Para os adeptos da prática, os chamados placentofagistas, comer placenta é muito benefício para a saúde, uma vez que o órgão é rico em nutrientes e hormônios, como ferro, vitaminas, prolactina, oxitocina, endorfina e outros.
Desse modo, eles afirmam que a ingestão da placenta ajuda na recuperação do corpo da mãe após o parto, prevenindo sangramentos. Além disso, também reduz as chances da mãe ter depressão pós-parto, já que seria uma forma de regular os hormônios naturalmente. Bem como as propriedades da placenta, que ajudam na contração dos músculos de células mamárias, contribuindo para o início da amamentação.
E eles vão além na defesa da prática, afirmando que ela contribui para a produção de leite, melhorando o desenvolvimento saudável do bebê. E se conservada de forma correta, a placenta ainda poderia ajudar na menopausa ou nas primeiras menstruações, no caso de meninas.
Contudo, nada disso tem comprovação científica até hoje. Estudos realizados nos Estados Unidos analisando pesquisas sobre o tema, afirmaram não encontrar nenhuma evidência de que a prática ofereça alguma prevenção contra a depressão pós-parto, ou que diminua as dores, ajude na amamentação, contribua para recuperação do corpo, ou que ajude no vínculo entre mãe e filho. E mais do que isso, não foi comprovado nada sobre a placenta ser fonte de ferro para a mãe, como é tão difundido por aí.
Inclusive, para muitos médicos e especialistas, a prática de comer placenta não deveria ser difundida, afirmando ser um modismo sem comprovação científica. Desse modo, seria apenas uma prática de origem cultural, um tipo de crença e somente isso.
Cuidados e contraindicações de comer placenta
De acordo com parte da comunidade médica, os seres humanos não precisam comer placenta para obter qualquer nutriente ou hormônio. Contudo, dependendo do contexto cultural inserido, comer placenta pode até ser aceitável, mas além de uma necessidade real e biológica.
Contudo, mesmo tendo hormônios e proteínas, ainda se trata de um tecido humano, portanto, também pode trazer riscos à saúde. Por exemplo, se ingerida crua, a placenta pode resultar em alguns problemas de saúde que podem acontecer com a mulher durante a gestação, tais como hepatites, toxoplasmose. E no caso de outra pessoa ingerir a placenta, pode acabar contraindo também essas doenças.
Além disso, o órgão tem uma grande quantidade de hormônios que irão afetar quem está ingerindo. Nesse caso, é importante frisar que todos os hormônios produzidos durante a gestação são mais do que suficientes para que ela se recupere após o parto.
No entanto, para que isso aconteça, dependerá muito do hospital, visto que muitos deles não autorizam o transporte de órgãos e tecidos humanos, como a placenta, por exemplo. Existe uma legislação que regula o transporte, armazenamento e descarte desses tecidos, até porque esse órgão é considerado um desperdício que deve ser eliminado após o parto.
Mas isso não significa que as mães não possam ingerir as próprias placentas. Se for o caso, deverá ter profissionais preparados para a coleta e preparação do material orgânico. Lembrando que muitos médicos não aconselham comer a placenta devido a falta de comprovação dos seus supostos benefícios.
Moda entre as celebridades
Contudo, apesar de não ter muitos estudos que comprovam os benefícios de comer placenta, a prática tem se tornado muito popular entre celebridades.
No últimos tempos, muitas famosas compartilharam suas experiências comendo a própria placenta após o parto. Entre as principais, podemos citar as irmãs Kardashians, Kim e Khloé, Jennifer López, Alicia Silverstone e muitas outras. Inclusive, essa última chegou a descrever a experiência de comer placenta em um livro sobre maternidade.
No caso de Khloé, ela revelou que iria ingerir a placenta em pílulas, um método muito comum nos Estados Unidos. Lá existem até empresas especializadas em preparar a placenta para fazer cápsulas.
No Brasil, antes de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert divulgar o vídeo comendo placenta, outras personalidades já faziam isso. Bela Gil é uma delas, que não apenas comeu a placenta, como também deu para o seu marido e a filha mais velha batida em uma vitamina. Apesar dos médios não apoiarem a ideia, Bela garante que a prática é benéfica para a saúde.
Outra adepta da placentofagia é a atriz Fernanda Machado que também consumiu a placenta em cápsulas. Ela até deu um depoimento sobre o assunto, falando que estranhou no começo, mas que acabou entrando na moda.
Enfim, o que você achou dessa matéria? Aliás, aproveite para conferir também Qual é a verdadeira função da placenta na gravidez?
Fontes: The Greenest Post Viva Bem O Meu Bebé R7
Imagens: Hugo Gloss Folha de São Paulo Legalzona Casa da Doula Alagoas Alerta