Após críticas e relato forte de irmã de Pedro Dom, diretor da série ‘DOM’ se pronuncia: ‘Declarações imprecisas e complicadas’; leia a íntegra

Após críticas e relato forte de irmã de Pedro Dom, diretor da série ‘DOM’ se pronuncia: ‘Declarações imprecisas e complicadas’; leia a íntegra


Sucesso de público e crítica, a série “DOM” do Amazon Prime Video tem causado polêmica com a família de Pedro Dom, conhecido como o ‘bandido gato’, interpretado por Gabriel Leone. Após a filha de Victor Lomba, Erika Grandinetti se pronunciar, disparando uma sequência de críticas contra a produção, o diretor da série, Breno Silveira, distribuiu uma carta ao elenco nesta quarta-feira (14), para explicar o seu ponto de vista dos acontecimentos.

Na nota divulgada pela coluna de Patrícia Kogut, de O Globo, Silveira se defendeu, afirmando que as declarações feitas por Erika eram “imprecisas” e que ele queria retratar um “problema social e familiar que acontece mais do que imaginamos“. “Fiquei muito surpreso e triste hoje. Uma das filhas do Victor deu declarações imprecisas e complicadas sobre a série ‘DOM’, e eu entendo. Quando tive contato com essa história pela primeira vez, foi o próprio Victor que a trouxe até mim. Um pai e uma filha querendo contar sua própria história. Do outro lado, uma mãe e uma outra filha não querendo falar sobre essa mesma história. Infelizmente, uma família rompida. Sempre achei que pai e filha tinham o direito de querer levar essa história adiante, e assim foi feito”, explicou o diretor.

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Ele ainda ressaltou que todos os acordos foram feitos e que a família participou da construção da narrativa, acompanhando de perto, a organização do roteiro. “Pai e filha são sócios do livro que foi base de tudo e da série. Um livro que nunca foi contestado antes por nenhum dos dois lados dessa família. Parte dos frutos dessa obra foram destinados ao futuro do filho que o Pedro deixou ainda bebê, como acordado com Victor e sua filha mais nova”, pontuou Breno, destacando, por fim, a importância de levar a história para o audiovisual.

“A nossa série fala sobre um problema social e familiar que acontece mais do que imaginamos. Sabemos da importância de dar visibilidade a temas sensíveis em filmes e séries, pois ampliam questões, geram discussões relevantes e, às vezes, podem até gerar mudanças sociais. Personagens são capazes de transformar nossas percepções e, quem sabe, transformar vidas. Só pra dividir com vocês o que está passando aqui dentro. Breno Silveira. Rio de Janeiro, 13 de julho de 2021“, concluiu ele.

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Érika negou que seu pai, Victor Chagas, tivesse o caráter quase heroico exposto em “DOM”. (Foto: Divulgação/Prime Video)

Entenda a polêmica

A carta de Breno vem um dia depois de Erika desabafar nas redes sociais nesta terça-feira (13) sobre como seu pai era um homem diferente do que fora retratado na série. A irmã mais velha de Pedro, fez um longo desabafo repudiando a produção e dizendo que ela não foi autorizada por sua mãe, Nídia Sarmento de Oliveira. “Minha mãe, separada de meu pai, desde sempre disse NÃO a esse projeto. Mas, sua voz não foi ouvida… Sua história de vida com seu filho, a morte de seu filho, se tornou um produto, pronto pra consumo. Preciso fazer um recorte de gênero neste caso, por que a voz da MÃE foi descartada? Provavelmente por ser mulher”, argumentou.

Segundo ela, Nídia teve suas dores expostas e exploradas novamente por conta da atração. “Vou criar uma imagem mental pra que tudo fique bem claro. Imagine que você tem uma ferida, do tamanho das suas costas. Seu ex-marido diz: ‘Olha, vou ganhar dinheiro com as suas dores’… e chama mais homens, sozinho ele não iria conseguir, sabem? [Homens] que juntos arrancam a casca da sua ferida, e você sangra, de novo, toda sua dor, história de luta, e dói muito. Ou alguém acha que depois de ter seu filho morto, alguém em sã consciência quer reviver as dores?”, questionou.

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Pelo Facebook, Erika ainda foi além, desmentindo a imagem de “herói” dada a seu pai, Victor Dantas – que também é retratado na série, interpretado por Flavio Tolezani. “Meu pai nunca internou meu irmão, ao contrário, tirava da internação fazendo cena. Os acessos de FÚRIA eram horríveis, ele espancava nossos cachorros, por aí, e pra bem pior!”, recordou.

“Meu pai cuspia no chão de dentro de casa, era violento, quando brigava com a minha mãe ‘enquadrava’ ela como se estivesse falando com um estuprador! Este é o Victor Dantas. Toda intimidação e violência que meu irmão praticou foi aprendida com o pai. Esse pai herói nunca existiu. Meu irmão sempre sentiu dor, mas o pai ensinou que homens não choram”, acrescentou ela, dando sua realidade por trás do que a ficção contou.

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A família de Pedro Dom criticou a série brasileira “DOM” e pediu pelo cancelamento da produção. (Fotos: Divulgação/Prime Video; Reprodução/Facebook)
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Grandinetti foi categórica ao definir o que a produção de “DOM” representou para sua família: “Falta de humanidade, arrogância, prepotência, maldade, crueldade com a minha mãe. E dessa forma o entretenimento que chega para sua família é feito, às custas de muito sofrimento”. O filho de Pedro Dom também estaria sofrendo com tudo isso. “A propósito, o filho do Pedro está em tratamento psiquiátrico para ansiedade e depressão, sendo procurado pela imprensa. Ele só tem 16 anos”, escreveu.

Em meio ao longo desabafo e uma série de críticas, Erika pediu: “MULHERES, cancelem essa porcaria! NÃO DEMANDEM a segunda temporada”. Ela afirmou que a série estaria baseada apenas em “exemplos totalmente fora da realidade“. “Para reescrever a história do ex-policial, pra humanizar o ladrão, que nunca pediu para ser humanizado, principalmente às custas do sofrimento de quem nunca o abandonou, estão ‘escarnando’ a minha mãe viva. Não fala nada de verdade, tudinho para inglês ver”, disparou. Confira a íntegra abaixo:

Desde antes da estreia, a família briga na Justiça para que a produção seja paralisada. Segundo o processo, o direito de imagem não teve aprovação dos familiares, que também declaram não ter autorizado que a história fosse retratada na série.

“DOM” faz sucesso e ganha segunda temporada

“DOM” conta a história de Pedro Machado Lomba Neto, que ficou conhecido como “bandido gato”, no início dos anos 2000. O rapaz, de classe média alta, acabou no mundo do crime e chefiava uma gangue que saqueava mansões no Rio de Janeiro. Tudo isso após envolver-se com drogas desde a infância. A série ainda traça paralelos da vida familiar de Pedro Dom, como sua relação com o pai, Victor Dantas, que integrou o serviço de inteligência policial no Rio.

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“DOM” tornou-se um grande sucesso da crítica e também de público. De acordo com o Notícias da TV, mais de 60% da audiência veio de outros países, fazendo da série a produção internacional mais assistida no mundo pelos assinantes da Prime Video. A repercussão foi tanta, que houve até comparações do drama policial com o clássico “Tropa de Elite”. Diante de todo o sucesso, “DOM” já foi renovada para uma segunda temporada.

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