Na madrugada desse domingo (25), o Brasil faturou sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio! Kelvin Hoefler ficou com a prata no skate street e animou a noite dos brasileiros com a conquista. Entretanto, a comemoração mais fria de Letícia Bufoni, atleta da modalidade no feminino, intrigou diversos torcedores… Atenta aos burburinhos que logo ganharam força na web, ela se manifestou sobre o caso no Instagram, admitindo que não é tão próxima do compatriota.
“Galera, estão me perguntando por que não posto o Kelvin nos meus stories. Vou explicar pra vocês. O Kelvin, pelo que vocês perceberam, nunca está com a gente nos ‘rolês’, ele nunca faz parte das nossas atividades por uma opção dele. Ninguém tem nada contra ele, pelo contrário, está todo mundo aqui comemorando que o Brasil ganhou uma medalha. A primeira dessas Olimpíadas. Respeito muito a história dele, mas, infelizmente, ele não gosta de estar com a gente, ele não se envolve nas nossas atividades”, declarou.
“Um exemplo grande é que a CBSK, que é a confederação brasileira de skate, não pode nem marcar ele nos stories, porque ele bloqueou a CBSK. Então, não é opção minha, é dele. Ele não quer estar com a gente”, continuou, afirmando na sequência que, apesar de tudo, estava contente pela conquista de Kelvin.
“Mas independente de qualquer coisa, o skate é uma família. A gente está torcendo por todo mundo e é óbvio que a gente sempre quer que o Brasil fique no lugar mais alto do pódio. A gente estava ali na torcida por ele, assistindo o evento debaixo do sol e estamos muito felizes que ele conseguiu uma medalha pra gente. O moleque merece, andou muito e deu show”, finalizou Letícia. Assista:
Letícia Bufoni esclarece falta de sintonia entre Kelvin e os outros skatistas do Brasil. Opção do atleta, que bloqueou a CBSK. “Ele não gosta de tá com a gente”. pic.twitter.com/dXGlzL4oXe
— Chico Barney (@chicobarney) July 25, 2021
Kelvin, por sua vez, não respondeu diretamente às falas de Letícia. Entretanto, durante essa manhã (horário de Brasília), o medalhista publicou um story no Instagram em que aparecia comendo junto do fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Skate, Carlos Barreto, e do skatista Giovanni Vianna. “Jantando com a família”, escreveu ele na legenda da publicação. Outro detalhe que não passou despercebido foi o fato de Hoefler ter marcado os perfis do Time Brasil e da CBSK, confederação que segundo Bufoni, teria sido bloqueada pelo atleta. Veja:
Curti a resposta sutil hahaha pic.twitter.com/4lHY0MKpTs
— Marina Lang (@marinalang) July 25, 2021
Em conversa com a TV Globo, Kelvin também disse que chegou a ter uma amizade próxima com a skatista, mas que esta se perdeu com o tempo: “Eu cresci junto com a Letícia também, a tia dela morava na rua da minha casa. Um tempo depois a gente era muito próximo, ela foi para os Estados Unidos e eu fiquei no Brasil. Quando a gente se encontrou de novo, perdeu um pouco do contato. É a mesma família, sou mais pacato, mais no meu canto, bem na minha, não gosto muito de ficar extravasando tudo. Sou mais quieto, gosto de analisar as coisas”.
Outros conflitos
De acordo com reportagem do UOL, existe uma divisão dentro do time de skate, envolvendo a CBSK. Isso teria ficado claro durante a própria prova de Kelvin, que foi orientado pela amiga e campeã mundial, Pâmela Rosa, e pela própria esposa, por celular, e não pela comissão técnica da seleção, encabeçada por Rogério Mancha.
O desconforto de Kelvin e Pâmela com a gestão da CBSK já tem tempo e ficou mais evidente na preparação da seleção para as Olimpíadas, que ocorreu nos Estados Unidos. Ambos se sentiram desprestigiados em relação a um grupo mais próximo do presidente Duda Musa, que teria tido privilégios, como acesso a familiares e treinadores próprios.
Mas a gota d’água aconteceu há duas semanas, quando os atletas já estavam concentrados com o grupo olímpico e Kelvin e Pâmela pediram autorização para participarem dos X-Games na Califórnia. Conforme apurado pela reportagem, o comando da confederação alegou que os skatistas precisavam viajar todos juntos para o Japão e que por isso, não conseguiriam competir nos EUA. Porém, quando os X-Games tiveram início, souberam que Letícia estava lá, sem ter Pâmela ou Rayssa Leal – outra integrante do time brasileiro de skate street – como adversárias. Bufoni ganhou a competição e também um prêmio expressivo em dinheiro.
O entendimento de que Kelvin é preterido pela confederação também foi reforçado por um comentário feito pelo pai do skatista, Enéas Hoefler, no Instagram da confederação, depois da medalha: “Será que agora vocês vão respeitar meu filho ou vão continuar a menosprezar ele? É nítido o que vocês estão fazendo. Essa medalha de prata representa todo esforço e dedicação dele. Vocês deveriam ser mais imparciais. É uma vergonha o que fazem com meu filho”.