Você já ficou na dúvida sobre a validade de cosméticos que tem em casa? Então esse post é para esclarecer tudo sobre o assunto, minha amiga! Vem comigo que vou te explicar como ler os rótulos e embalagens, além de melhorar o tempo de vida útil.
Validade de cosméticos
Em países estrangeiros, é comum a adoção de um símbolo de pote destampado com um determinado número de meses para designar o tempo de vida útil de um cosmético após aberto. Isso se chama PAO – Period After Opening (Período Após Aberto)! Ele é determinado por meio de uma planilha de cálculo. Considera-se o tipo de produto (composição), onde ele é usado (em ambientes secos ou molhados), se tem conservantes ou não, sua área de aplicação, o tipo de embalagem (aberta ou fechada), etc. Quanto mais crítico for o item, maior risco para o consumidor. Por isso, o PAO acaba sendo menor.
Para nós, que somos leigas, essa marcação ajuda a saber até quando os cosméticos que usamos se mantém seguros e eficazes antes de sofrerem alterações pela instabilidade dos seus próprios ingredientes ou pela ação de agentes externos, como luz e temperatura, principalmente.
Porém, no Brasil, o PAO não é obrigatório. Por aqui, exige-se que os fabricantes indiquem a validade contada a partir da data de fabricação. Então, as empresas podem informar na embalagem a data de fabricação mais o período de validade (em meses) ou apenas a data de validade final. Veja abaixo como seriam os dois casos:
- Fabricado em 12/04/2022. Validade: 12 meses.
- Validade: 12/04/2023.
O que determina esses prazos são os testes de estabilidade feitos pelas próprias marcas, registrados adequadamente junto à Anvisa. Eles levam em consideração aqueles fatores que mencionei acima, internos e externos, do momento da fabricação até o vencimento. Passa-se também por todas as possíveis condições pelas quais eles podem ser expostos entre uma ponta e outra.
Segurança x eficácia
Você sabe a diferença entre segurança e eficácia dos produtos?
A segurança dos cosméticos está atrelada ao período de tempo em que eles não apresentam alterações que gerem qualquer tipo de desconforto ou prejuízo ao consumidor. Já a eficácia é a capacidade de aquele produto entregar 100% do que se propõe a fazer na hora da aplicação durante o prazo determinado na embalagem.
Quando falamos em cosméticos simples, que são aqueles que não contam com a presença de princípios ativos na composição, o foco pode estar mais voltado à questão da segurança. Por outro lado, quando o assunto são os dermocosméticos, ou seja, produtos voltados a uma ação terapêutica tópica, entra com mais intensidade na equação a questão da eficácia.
Cada empresa trabalha com sua própria metodologia para prever o prazo de validade dos itens que fabrica e, assim, encaminhar a informação para o registro junto à Anvisa. Fabricantes sérios realizam tipos variados de testagem que entram na mesma conta. Especialmente, como comentei acima, no caso dos dermocosméticos. Em testes de estabilidade, é possível medir o grau de degradação das substâncias mais sensíveis, como os ativos. Essa medida é usada como um parâmetro de qualidade do produto.
A indicação de validade muda após a abertura do produto?
Quando um novo item entra no mercado, ele precisa garantir a segurança pelo tempo determinado no prazo de validade, independentemente do momento em foi aberto. Então, se você abrir, por exemplo, um hidratante corporal 15 dias antes do vencimento, atesta-se que ele está seguro até aquela data limite. Ou, em outro caso, se você abrir uma paleta de sombras, fizer uso apenas uma vez e só voltar a passá-la um ano depois (ainda dentro do prazo de validade), ela também precisa estar segura para utilização. Isso desde que nas condições ambientais adequadas e mantendo a embalagem fechada, tá?
E aí é que está o pulo do gato: se a gente não prestar atenção no armazenamento e na manipulação dos nossos cosméticos, corre o risco de que eles se degradem antes mesmo do prazo de validade, causando a possibilidade desconforto ou prejuízo. Isso sem falar na questão da eficácia, que no caso dos dermocosméticos é algo super importante – afinal, quem é que quer passar algo no rosto dentro do prazo de validade, mas que na verdade não está mais nem fazendo cócegas porque não foi cuidado adequadamente?
Como melhorar o tempo de vida útil
Se você quer manter a segurança e obter os benefícios completos dos seus produtos, tenha em mente que lugares com muita exposição solar, umidade e mofo são ruins para a vida útil deles. Na hora de usar, o ideal é não encostar ponteiras e dosadores diretamente na pele, bem como não colocar o dedo dentro das embalagens. Outro ponto é manter tudo bem fechadinho! Fique atenta também a alterações de textura, coloração e cheiro. No caso de itens para banho e em pote, o risco de alteração é bem maior por causa do constante contato com a água e permanência em ambiente úmido.
Uma dica sobre validade de cosméticos
Toda vez que você for abrir algo que segue o padrão brasileiro, confira no rótulo ou embalagem a validade. Algumas vezes, isso está super escondido ou impresso na caixa, que a gente costuma jogar fora, né? Anote então numa etiqueta essa data + a data em que você começou a usar o seu produto. A partir daí, é possível ter uma noção melhor do tanto de tempo que você tem pela frente para utilizá-lo. Se o cosmético seguir o padrão PAO, melhor ainda: basta anotar a data da abertura e ir contando os meses até chegar no limite descrito na própria embalagem.
Ter uma validade de cosméticos respeitada significa não perder propriedades e evitar problemas futuros na pele, nos cabelos, nas unhas… Por isso, espero ter ajudado você com essas dicas!
Um agradecimento a todas as profissionais que me ajudaram via Instagram com informações e conteúdos. Especialmente à farmacêutica Loraine Firmino, que é especialista em educação! Ela tem uma marca de produtos veganos e artesanais, a Banho de Chá. Vale a pena conferir! Outra pessoa que me auxiliou bastante foi a química Débora Schiavo. Ela já trabalhou com desenvolvimento de cosméticos e entende muito do assunto!