Você sabe que volta e meia eu gosto de aparecer por aqui para indicar as coisas que andei assistindo, né? Se forem séries baseadas em fatos reais, então… AMO! Então bora ver minha humilde crítica para as 3 mais recentes que passaram pela minha TV.
Séries baseadas em fatos reais
Nota 10/10: Pam & Tommy, no Star+
A série, dividida em 8 episódios, mostra os primeiros anos da relação da atriz e modelo Pamela Anderson com o baterista Tommy Lee. O foco está, especialmente, na sex tape do casal, roubada da mansão dos dois na Califórnia e posteriormente vazada para o grande público. Essa foi provavelmente a primeira vez em que um vídeo amador de sexo entre celebridades viralizou, acarretando uma série de questões para a carreira de Pamela e sua relação com Tommy.
Apesar de a própria atriz ter afirmado que não autorizou a série (e nem sequer a assistiu), Pam & Tommy mostra uma dinâmica que poderia ser bastante verossímil. Pessoalmente, gostei de a história centrar no domínio público do corpo da mulher, como se ter aparecido na Playboy incontáveis vezes desse direito à exposição pública de Pamela em cenas muito mais íntimas. Eu mesma me lembro de ser muito pequena quando rolou todo esse fuzuê e ver todo mundo culpando a vítima.
Rand Gauthier
A série só rodou porque se apoiou num artigo de 2014 que conta os detalhes sobre como a tal fita foi parar nas casas de milhões de pessoas. O texto é centrado no cara que roubou a sex tape da casa dos Lee e, pra mim, aí mora outra história fascinante. Rand Gauthier, um homem que trabalhou na indústria pornô, fez uma obra na mansão do casal pela qual não foi pago e supostamente era bastante inseguro de si, arquitetou um plano para ferrar Tommy. O que ele não sabia é que colocaria as mãos em algo muito mais precioso do que apenas as joias e armas guardadas no cofre levado.
Gauthier, na série, é tipo um anti-herói. Confesso que, apesar de saber que ele estava fazendo tudo errado, torcia pra que algo desse certo. Mas a real é que foi uma confusão atrás da outra. Isso, junto com as questões do casal (muito fidedigno na interpretação de Lily James e Sebastian Stan), fez com que minha nota pra Pam & Tom seja 10. Vale a pena assistir.
Nota 7/10: The Thing About Pam, no Star+
Agora passando para outra Pam – uma muito mais perigosa! No caso, Pamela Hupp, interpretada por Renée Zellweger em The Thing About Pam, mais uma das séries baseadas em fatos reais – essa distribuída em 6 episódios. A história é a seguinte: Pam era muito amiga de Betsy Faria, paciente em tratamento para um câncer. Ela ajudava a moça em tudo o que era possível – desde dar caronas até fazer companhia em momentos mais difíceis. Até aí nada de novo, já que era vista com ótimos olhos pela comunidade em que as duas viviam, no Missouri.
Sabe aquela mulher casada, mãe de família, trabalhadora e tida sem dúvidas como uma cidadã de bem? Então. O problema é que, logo no princípio, dá para sentir algo de muito obscuro no comportamento de Pamela. E não demora muito para a situação-chave da série acontecer: Betsy é encontrada morta pelo marido na sala de casa e ele então se torna o principal suspeito do assassinato. Não é spoiler dizer que não, o crime não teve nada a ver com o cara! Na verdade, quem matou a moça foi Pam.
Mas por que?
Aí é que entra a graça da série. Se desenrolam muitos fatos até que Pamela seja efetivamente descoberta como a autora do homicídio. Ela faz coisas inacreditáveis (porém um pouco burras, a meu ver) para se safar, enquanto tenta manter a mesma pose perante a sociedade que sempre a acolheu. A atuação da Renée Zellweger é, na minha opinião, o ponto alto. Ela está muito parecida com a criminosa. O sotaque é perfeito. E, meu Deus, como é detestável. A gente não cria simpatia pela personagem em momento nenhum!
Minha nota não é tão alta porque, no geral, não me prendi tanto assim. Mas foi um bom passatempo, de toda maneira. Se você se interessou pela história em si, pode escutar o podcast que inspirou a série (em inglês).
Nota 6/10: Super Pumped – A Batalha pela Uber, na Paramount+
Aqui, temos uma série mais aos moldes de WeCrashed, que retrata a ascensão e queda do fundador da startup WeWork. Só que a empresa é muito mais conhecida dessa vez. Sim, estamos falando da Uber! Super Pumped, disponível em 7 episódios, mostra o processo de construção da companhia pelo seu fundador, Travis Kalanick, até o afastamento dele como CEO por membros da diretoria e investidores.
Ou seja, mais uma daquelas histórias de criadores de startup super disruptivos que abalam o Vale do Silício. Ou, melhor dizendo: de um cara que podia até ser visionário, mas também era um c*zão com todo mundo. Meu Deus, como me irritei. Peguei até bode da cara do Joseph Gordon-Levitt, pra quem sempre babei ovo. Bom, sinal de que ele interpretou super bem o papel, né?
A série usa uns recursos artísticos interessantes, como o chroma key (aquele fundo verde usado para facilitar a colocação de imagens na pós-produção) que aparece ao fundo de Kalanick toda vez que ele mente ou imagina alguma coisa. Também rolam uns cortes mais direcionados ao espectador para explicar coisas. E, inusitadamente, tem o Quentin Tarantino, que é o narrador da trama. Tudo muito legal, mas insuficiente para me prender, viu?
Eu realmente não curto essa vibe “os fins justificam os meios” de fundadores de empresas, que pecam pelos excessos. Até porque, minha amiga, a Uber teve cada escândalo que olha… É de ficar indignada. Porém, se você se interessa por esse tipo de trajetória, pode gostar também do livro A Guerra pela Uber, que deu origem à série e foi escrito pelo jornalista Mike Isaac.
Espero que tenha gostado da minha visão sobre essas séries baseadas em fatos reais!
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