Cássia Kis deu o que falar nesta semana, após soltar falas homofóbicas nas redes sociais. Em resposta, Lúcia Veríssimo expôs uma foto das duas aos beijos e, após a repercussão do clique, Kiss se pronunciou sobre o assunto.
Em conversa com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a intérprete de Cidália em “Travessia” alegou que o beijo com Lúcia “não passa de um selo idiota“ e chamou a colega de profissão de “mentirosa”. Kis reforçou que a atitude não se alinha com o que ela acredita atualmente.
“[É um selo] de uma pessoa idiota que eu era. E ainda há resquícios dessa ignorância”, disparou a artista. Já sobre a repercussão dos comentários preconceituosos feitos por ela em entrevista a Leda Nagle, que condenaram relações homoafetivas e aborto, a atriz declarou: “A cruz só está mais pesada. Mas eu continuo amando minha cruz, desta vez, com mais fervor”.
A imagem foi divulgada por Veríssimo na quinta-feira (27), após as críticas de Cássia aos homossexuais. “Que sigamos sem hipocrisia e falso moralismo. Sim, foi de verdade esse beijo”, escreveu ela na legenda.
As falas problemáticas de Cássia Kis
Nesta semana, Cassia Kis causou polêmica com suas falas durante uma live com a jornalista Leda Nagle. No relato, a atriz se definiu como uma católica conservadora e fez um discurso homofóbico, envolvendo principalmente gays e lésbicas. Cássia lançou mão do termo “ideologia de gênero”, definição do bolsonarismo para a defesa dos direitos LGBTQIA+, apontando que a comunidade teria o objetivo de “destruir a família”. Em mais de uma ocasião, ela declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
“Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem, essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando. Duas meninas dentro de uma escola se beijando, onde há um espaço chamado beijódromo”, acusou a estrela, sem apresentar qualquer prova, a exemplo da chamada “mamadeira de piroc*”. “Eu nem sabia que existia isso!“, exclamou a entrevistadora.
De acordo com Kis, membros da comunidade LGBTQIA+ ameaçam a família. A artista também reforçou que tais uniões “destroem a vida humana”. “Não existe mais o homem e a mulher, mas é a mulher com a mulher e o homem com o homem”, disse ela. “E homem com homem não dá filho, nem mulher com mulher. Como a gente vai fazer?”, criticou.
“O que é que está por trás disso? Destruir a família, sem dúvida nenhuma. Mas destruir a família só? Não. Destruir a vida humana. Porque, que eu saiba, homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Então, como é que a gente vai fazer?”, afirmou.
Na mesma entrevista, a atriz de “Travessia” também relembrou o aborto que fez nos 1980, do qual ela diz se arrepender. “Ouvi falar que lá na Europa, que é tudo legalizado e espero que nos mantenhamos longe disso, eles fazem a mãe escutar o coração do bebê. Se tivesse ouvido o coração do meu filho na barriga, teria tido este filho que não tive. Eu matei o meu filho”, lamentou ela, no vídeo divulgado no YouTube.
Cássia concluiu o bate-papo com críticas ao uso de contraceptivos no Brasil. “Para esses jovens, fazer um aborto, tomar uma pílula do dia seguinte, um anticoncepcional é muito fácil, porque eles não têm a referência do bebê, da vida dentro da barriga. Isso é grave, muito grave”, insistiu.
As falas renderam uma série de críticas à artista na web e, ainda, um denúncia feita por uma das filhas de Daniela Mercury e da empresária Malu Verçosa. Márcia Verçosa de Sá Mercury, que é bacharel e pós-graduanda em Direito, acusou Cássia Kis de LGBTfobia no Ministério Público do Rio de Janeiro.
A TV Globo, atual empregadora da atriz, se posicionou de forma lacônica sobre o caso. “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão, e repudia qualquer forma de discriminação“, declarou a empresa, em nota à Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
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