Com o lançamento de “I Wanna Dance With Somebody“, longa que reconta a trajetória de Whitney Houston, cada vez mais próximo, o produtor musical Clive Davis revelou detalhes de seu último encontro com a diva. Em papo com a Page Six, o colaborador de longa data da cantora revelou que ela estava lutando contra seus vícios pouco antes de sua morte.
Responsável pelo início da carreira estrondosa da norte-americana, Davis assinou um contrato com a cantora quando ela tinha 20 anos e trabalhou com ela ao longo de sua carreira, além de manter uma amizade próxima com a artista. Ao veículo, ele afirmou ter se chocado com o falecimento de Whitney, em 2012, pois ela “parecia estar se recuperando”.
“Eu estive com ela 48 horas antes de sua morte. Ela estava em ótima forma, tenho que te dizer”, revelou Davis. “Nunca me ocorreu que ela morreria dois dias depois. Ela estava fazendo uma tentativa corajosa durante esse período de abandonar as drogas e se reabilitar”, lamentou ele.
Whitney, que lutou contra o vício em drogas ao longo de toda sua vida e especialmente durante os anos sob os holofotes, estava “trabalhando duro” para ficar sóbria e teria se internado em uma clínica de reabilitação para atingir o objetivo. “Ela estava me mostrando o que tinha feito na reabilitação. Como ela havia parado de fumar, como havia limpado a garganta da nicotina”, recordou Clive.
A voz de “I Will Always Love You” teria, ainda, planos de retomar a carreira uma vez que concluísse o tratamento. “Ela estava querendo começar a ir para o estúdio… Antecipou uma gravação de agosto para fevereiro. Ela tinha acabado de sair do filme em que ela estava fazendo”, refletiu.
“E eu estava tocando as músicas dela que Jennifer Hudson tinha acabado de gravar. Passamos a tarde inteira, como sempre fazíamos juntos, no meu hotel. Então foi chocante, chocante, quando 48 horas se passaram. Eu nunca teria pensado, 48 horas antes de sua morte, que haveria aquele fim horrendo e prematuro de sua vida”, detalhou.
A cantora foi encontrada inconsciente em uma suíte no hotel Beverly Hilton, submersa na banheira, no dia 11 de fevereiro de 2012. Os paramédicos realizaram a massagem cardíaca, mas ela não respondeu aos estímulos e faleceu aos 48 anos.
Na época, o médico legista afirmou que sua morte foi acidental e causada por afogamento, além de efeitos de doença cardíaca aterosclerótica e uso de cocaína. Os resultados da toxicologia encontraram, também, drogas adicionais em seu sistema, incluindo Benadryl, Xanax e Cannabis.
Primeiro encontro
Enquanto define os últimos momentos como “memoráveis” e “vívidos”, Davis, que atua como produtor da nova cinebiografia (o primeiro relato da história de vida e carreira de Houston a ser oficialmente aprovado por sua família), também refletiu sobre seu primeiro encontro com a diva.
Em recente entrevista ao Entertainment Tonight, ele relembrou o teste impressionante de Whitney que o convenceu a assinar um contrato com ela. “Meu primeiro encontro, que é vividamente retratado no filme, foi quando ela fez um teste para mim – num pequeno clube, Sweetwater. E ela cantou ‘The Greatest Love of All’”, lembrou Davis.
“Essa foi uma música que eu havia encomendado oito anos antes para o filme sobre a vida de Muhammad Ali. E fiquei chocado, essa beldade de 19 anos foi até o microfone e cantou a música como se eu nunca tivesse ouvido antes”, acrescentou. “Ela encontrou mais significado naquela música do que Michael Masser ou Linda [Creed] quando a escreveram. Então, nunca vou esquecer. E foi assim que nos conhecemos, logo após o teste”, contou.
Davis, que é fundador da Arista Records, afirmou que o filme não apenas retrata a realidade da musa, como também “responde a todas as perguntas que o público quer saber sobre Whitney”. “Seja a sexualidade dela, seja como ela reagiu a qualquer insinuação de que ela não estava cantando “negra o suficiente”, seja o impacto das drogas ou seja gravando comigo, [o filme responde tudo]”, disse ele, referindo-se aos rumores pelos quais Houston foi perseguida ao longo da carreira, de que teria um relacionamento com sua assistente, Robyn Crawford.
Em 2019, Crawford escreveu um livro, “A Song for You: My Life with Whitney Houston”, no qual ela confirmou que namorou a artista depois de conhecê-la na adolescência no verão de 1980, quando ambas eram conselheiras em um acampamento de verão. “O filme deixa bem claro que ela teve um caso com Robyn quando adolescente, e então ela, sozinha, disse: ‘Isso não é para mim’”, explicou Davis. “‘Eu quero uma casa. Eu quero um casamento. Eu quero filhos. Não quero uma luta de vida ou morte com meus pais. É contra a minha religião. Eu quero que você seja minha melhor amiga’”, apontou. Confira o trailer abaixo:
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