A polícia da Polônia descartou a possibilidade de Julia Faustyna ser Madeleine McCann, desaparecida desde 2007. Nesta quinta-feira (23), em entrevista ao veículo local “Gazeta”, Paweł Noga, porta-voz da equipe policial, afirmou que as investigações contradizem a versão da jovem de 21 anos. Nas últimas semanas, ela viralizou nas redes após iniciar uma campanha para provar ser a menina inglesa do caso que comoveu o mundo.
O agente explicou que as autoridades ainda estão averiguando a situação, no entanto, já puderam comprovar que Julia, de fato, não é Madeleine. “As ações realizadas pelos policiais até o momento contradizem a versão apresentada pela jovem. As atividades ainda estão em andamento, mas já é possível descartar que essa versão seja verdadeira”, garantiu ele.
A própria família de Faustyna já havia negado a possibilidade levantada pela menina. Na semana passada, a polonesa divulgou prints de uma conversa com a mãe nas redes sociais. A mulher afirmou que a filha precisa de “ajuda psiquiátrica” e que ela está “armando um circo”. Além disso, de acordo com Fia Johansson, detetive particular que representa Julia, a genitora se recusou a fazer um exame de DNA, apontando possuir a certidão de nascimento dela.
Ainda nesta semana, os parentes da jovem divulgaram uma nota, através de uma organização não-governamental de pessoas desaparecidas, afirmando estarem “devastados” com seus relatos e ressaltando que já tentaram ajudá-la anteriormente com diversos tratamentos psicológicos.
“Para nós, como família, é claro que Julia é nossa filha, neta, irmã, sobrinha, prima e sobrinha adotiva. Temos memórias, temos fotos. Júlia também tem essas fotos, porque as tirou da casa da família junto com a certidão de nascimento, além de inúmeras altas hospitalares. Sempre tentamos entender todas as situações que sentimos com Julia. Numerosas terapias, remédios, psicólogos e psiquiatras – Julia tinha tudo garantido”, lamentaram no comunicado.
Eles também destacaram que Faustyna sempre buscou pela popularidade e este pode ser um grande problema, tendo em vista o alcance que ela conseguiu com todas as publicações em seu perfil do Instagram. “Julia já quis ser cantora, modelo. Ela sempre quis ser popular. O que está acontecendo agora deu a ela 1 milhão de seguidores. Temos medo de que Julia carregue o inevitável. A Internet não esquece, e é óbvio que Julia não é Maddie”, pontuaram.
Entenda o caso
No dia 14 de fevereiro, Julia Faustyna abriu uma conta no Instagram chamada @iammadeleinemccan e se apresentou como a criança desaparecida em 2007, na Praia da Luz, em Portugal. No perfil, que já conta com mais de 1 milhão de seguidores, ela compartilhou montagens e “evidências” que a fizeram considerar a possibilidade.
Em alguns dos posts, Faustyna ressaltou características físicas que comprovariam sua semelhança com a menina, como pintas pelo corpo, uma marca no olho, verrugas na mesma região e covinhas na bochecha. “Eu tenho um defeito no olho, no mesmo olho, o tipo de defeito que Madeleine tinha. Exceto que, no meu caso, está cada vez mais desbotado”, pontuou.
Julia também declarou ter sido vítima de um pedófilo alemão. O criminoso ainda moraria com a avó materna da jovem. “É o segundo marido dela“, relatou, afirmando que o tema é evitado na família. De acordo com a jovem, o abusador teria um nome parecido com um dos homens envolvidos no desaparecimento de Madeleine.
Madeleine McCann
A pequena Madeleine McCann desapareceu aos três anos de idade, enquanto passava as férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela completaria quatro anos em 10 dias. A menina estava com os irmãos gêmeos Sean e Amelie, então com dois anos, no quarto de hotel. Seus pais, Kate e Gerry McCann, tinham saído para jantar com amigos em um restaurante próximo, dentro do complexo turístico, deixando as crianças desacompanhadas. Assim que eles voltaram, descobriram que Madeleine tinha sumido.
Seu “sumiço” ganhou comoção mundial, com campanhas incansáveis de Kate e Gerry na tentativa de encontrar a filha. Até hoje, as circunstâncias do desaparecimento seguem vagas.
Em meados de abril, um homem chamado Christian Brueckner foi acusado na Alemanha a pedido da Justiça portuguesa, pelo desaparecimento de Madeleine. As autoridades alemãs declaram, desde 2020, que têm provas do homicídio de Madeleine, e apontam ele como principal suspeito. Na época do sumiço de McCann, Christian – atualmente cumprindo pena de prisão pelo estupro de uma mulher americana de 72 anos – morava há poucos quilômetros do hotel em que a menina desapareceu, segundo a polícia alemã.
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