Nesta segunda-feira (15), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas (Cenipa) divulgou o relatório final sobre o acidente aéreo, que vitimou Marília Mendonça e outras quatro pessoas. A Força Aérea Brasileira concluiu as investigações na última sexta-feira, 12 de maio. O acidente aconteceu em novembro de 2021, na Serra da Caratinga, em Minas Gerais.
O relatório indicou que a aeronave colidiu contra uma linha de distribuição de energia da Companhia Energética de Minas Gerais, que causou danos substanciais e foi o “fator preponderante” da queda. Todas as pessoas a bordo sofreram lesões fatais.
“O Cenipa entende que não houve nenhum erro por parte das decisões do piloto. As opções e as decisões tomadas pelo piloto na ocasião não foram tidas como irregulares. Ainda que ele tenha mudado o plano de voo, estava dentro daquilo que é de possibilidade do piloto, então a gente vai agora para a questão do obstáculo”, disse Robson Cunha, advogado da família da cantora, em coletiva de imprensa.
O documento orientou a identificação dos cabos da Cemig: “O Cenipa vai indicar a identificação da linha de transmissão, que sejam colocados indicadores, mesmo estando fora do perímetro de segurança do aeroporto. A partir desse evento que aconteceu com a Marília e os demais, eles entendem [que há necessidade de] uma orientação para que a Cemig faça a identificação daqueles cabos”.
Segundo o órgão, o acidente não foi causado por falha humana ou problemas mecânicos no avião: “Não há nenhuma falha do objeto, não há pane seca, nem nada nesse sentido. Tampouco as decisões tomadas pelo piloto não demonstram erro”.
🚨CONFIRA: Laudo final da perícia do acidente de Marília Mendonça consta que não houve falha humana e nem falha mecânica. pic.twitter.com/769vDhbaFa
— Central Reality (@centralreality) May 15, 2023
O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas ainda não foi disponibilizado para acesso público, mas já foi apresentado para os familiares das vítimas, bem como para seus representantes legais.
Segundo o advogado, a mãe de Marília Mendonça, dona Ruth Dias, não pretende apontar “culpados”. “A gente não está aqui na caça às bruxas. A posição dela sempre foi clara: nada disso aqui vai trazer a filha, a mãe do Léo de volta. O objetivo dela, o objetivo de todos, na verdade, é que situações que aconteceram como a da filha dela sejam evitadas para que mais nenhuma família passe pela dor da perda que eles passaram”, afirmou Robson.
Relembre o caso
No dia 5 de novembro de 2021, a cantora sertaneja Marília Mendonça faleceu aos 26 anos. A artista viajava num avião de pequeno porte junto de outras quatro pessoas, que caiu numa área de difícil acesso na Serra de Caratinga, em Minas Gerais. Marília Mendonça ia para a cidade de Caratinga, onde se apresentaria no dia da tragédia. Além dela, o produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana também morreram.
De acordo com o médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos, os ocupantes morreram com o choque do avião com o solo, já que bateram as cabeças e os corpos no impacto. Além disso, o médico disse que foram feitos exames extras com amostras coletadas das vítimas e os resultados foram negativos no teste toxicológico e de teor alcoólico. Exames anatomopatológicos também foram feitos para detectar se as vítimas tinham alguma doença pré-existente que pudesse ter interferido nas mortes, mas nada foi constatado. As mortes aconteceram depois que todos já estavam no chão.
O bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, prefixo PT-ONJ, com capacidade para seis passageiros, estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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