A influenciadora Daniele Gonçalves foi vítima de um ataque por parte do ex-namorado, Gabriel Faveri, em Londrina, no Paraná, no dia 9 de maio. O rapaz usou um facão para atingir a antiga parceira, que teve cortes profundos no rosto, na cabeça e nas mãos. Em entrevista ao “Fantástico“, neste domingo (21), a jovem recordou os horrores das agressões e contou como sobreviveu.
Segundo depoimento ao dominical da TV Globo, Daniele estava chegando de carro em casa quando foi atacada por Gabriel. O vendedor seguiu a ex do trabalho até em casa num carro diferente do que costumava usar.
Quando Gonçalves estacionou em casa, ele a cercou de uma maneira que a influencer não conseguiu fugir. “Eu estacionei o carro. Ele me trancou de uma forma que não tinha como eu sair nem para frente nem para trás (…) Aí, ele entrou dentro do carro dele, pegou o facão, quebrou meu vidro, e me tirou para fora”, detalhou.
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— Só Mídias (@MidiasSo) May 22, 2023
“Ele não falou sequer nenhuma palavra comigo e começou a dar facadas na minha cabeça. Esse braço aqui foi a forma que eu tive de defesa. Ele começou sem parar. Sorte que minha prima chegou, gritou e ele soltou”, recordou.
Após o crime, Gabriel chegou a fugir, mas foi preso dois dias depois em uma clínica psiquiátrica na zona rural de Maringá, no norte do Paraná. Daniele, por sua vez, foi parar na UTI. Devido aos golpes, ela precisou de pontos no rosto e ainda passou por três cirurgias. Ela ainda será submetida a novos procedimentos para tentar recuperar o movimento dos dedos, rompidos devido aos dilaceramentos.
“Todos os meus amigos falavam que ele já dava sinais. Mas, você não vê. Você não consegue enxergar até a hora que acontece”, lamentou ela.“Ele era obcecado em mim. Na cabeça dele, se eu não fosse dele não seria de mais ninguém”, afirmou a influencer.
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Além das sequelas físicas, Daniele confessou estar sofrendo emocional e psicologicamente. “[Tenho] muito, muito medo. Medo, qualquer barulho, eu acho que é que alguém que possa ter mandado. Então, assim, é muito confuso, muito traumático. Agora, tratar isso, curar isso, tentar esquecer isso, que vai ser difícil, vai ser um tempo longo”, lamentou.
Ataque anterior
Daniele e Gabriel se relacionaram por apenas três meses. Durante o namoro, o então casal costumava sair para jantar e frequentava casas noturnas em busca de diversão. De acordo com Daniele, Gabriel tinha um “jeito bonzinho” e fazia tudo por ela, o que o tornava popular com outras pessoas.
Apesar disso, não demorou para que a influencer notasse que Faveri era muito ciumento e que, aos poucos, o sentimento começou a sair do controle. Nas semanas que antecederam o ataque a facadas, Gabriel se descontrolou e quebrou o celular da então namorada. Ele também a agrediu e tentou asfixiá-la – por ciúme. “Me deu dois tapas no rosto, muito fortes, e me enforcou. Me deixou mais ou menos por um minuto sem respirar”, detalhou a vítima.
Após o ocorrido, Gonçalves colocou um fim no relacionamento. Ela pretendia prestar queixa contra o antigo parceiro quando chegasse a Londrina, mas não teve tempo. Após a prisão, Gabriel foi indiciado por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado.
Faveri, que era vendedor de uma loja de colchões da família em Apucarana, a 50 quilômetros de Londrina, alegou, em depoimento à delegada Carla Gomes, que não se recorda do ataque. “O que ele se recorda é das situações vividas entre eles, das festas, dos lugares que eles frequentavam, mas dos fatos criminosos, das violências praticadas, ele disse que não se recorda de nenhuma delas”, relatou a delegada.
Desde então, ele foi enviado para um complexo médico penal. João Batista Cardoso, advogado da família, alegou que o ataque foi resultado de um desequilíbrio psicológico. “O Gabriel não precisa, e a defesa entende que ele não precisa, de cadeia, ele precisa de tratamento. Por isso nós pedimos e fizemos esse incidente de insanidade mental, para que ele fosse levado, como de fato já está, no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba”, declarou. “Então, a alegação de que ele tem problemas mentais não é nossa, da defesa, são dos médicos psiquiatras que nós juntamos todos os atestados e declarações nos autos”, acrescentou.
“Ele precisa ser contido, e a única forma que a sociedade pode conter um indivíduo com esta característica mórbida é que ele vá a julgamento pelo tribunal do júri, e a sociedade reunida possa dar a ele realmente o que ele merece: a justiça”, rebateu Antônio José Matos do Amaral, que representa Daniele.
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