Thais Medeiros de Oliveira, a trancista que foi internada após inalar pimenta bode, pode receber alta nos próximos dias, após quatro meses internada. Segundo Adriana Medeiros, mãe da jovem, a família precisará montar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em casa para acomodá-la.
A família espera levá-la para casa, mas planeja uma grande mudança para oferecer os cuidados necessários para sua recuperação. “Depois que receber alta, ela deve começar a fazer reabilitação. Aí eles falam tudo que a gente precisa, como cama e oxigênio. Vou ter que mudar aqui para perto do Crer porque o estado dela é muito complicado”, explicou Adriana ao g1.
Ainda de acordo com a mãe, a trancista tem respondido bem aos tratamentos, e foi até mesmo liberada pela equipe médica a fazer o uso de botox, nesta terça-feira (6). “Até o dia da previsão de alta, a Thais vai passar por exames para comprovar o quadro de saúde dela e se vai ser possível liberá-la. Para ganhar a alta clínica, ela precisa estar forte”, enfatizou.
Para custear os gastos médicos e a adaptação da residência para receber Thais, os familiares criaram uma vaquinha virtual. A campanha foi divulgada nesta terça (6), com a meta de arrecadar 110 mil reais. Até o momento, a iniciativa já arrecadou 142 mil. Clique aqui para ajudar também.
“Thaís tem somente 25 anos e duas filhas pequenas que estão morrendo de saudades da mamãe. Quando tudo aconteceu, a jovem não sabia que era alérgica a pimenta e, em um momento de almoço em família na casa do ex-namorado, cheirou o pote para ver se a pimenta era gostosa.
Imediatamente o corpo da Thaís reagiu mal ao cheiro. Seu corpo empipocou e ela ficou sem respirar. A jovem teve parada cardíaca e por 15 minutos faltou oxigênio, causando um edema cerebral que pode ser irreversível“, relata o texto da vaquinha.
“Desde o ocorrido, a vida da família virou de ponta-cabeça, Adriana que tinha um salão com a filha, abandonou tudo e praticamente “mora” no hospital cuidando da filha, seu esposo teve que abonar o trabalho, e hoje vive de vendas on-line, cuida da casa e das duas filhinhas da Thais.
A renda da família agora, se baseia da atividade do esposo (vendas on-line) e da pensão que as duas meninas recebem dos pais mensalmente (30% do salário mínimo). Thaís é um milagre e para ir para casa, a família pede ajuda para conseguir montar uma mini UTI para que ela possa voltar e ficar perto das filhas.
Segundo a mãe, Thais e o namorado não estão mais juntos. O pai das meninas paga somente a pensão. A família precisa muito da nossa ajuda. A vaquinha é para adaptar a casa e oferecer a Thaís os melhores tratamentos. Nada é impossível quando se tem esperança. Ela inclusive já entende o que as pessoas falam e consegue segurar o tronco sentada por um bom tempo.
Thaís pode melhorar muito e queremos pedir o apoio de vocês para ajudar essa jovem linda“, conclui.
Complicações
O caso começou em 17 de fevereiro, quando a jovem de 25 anos foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de Goiás, após cheirar pimenta bode. Thais, que tem asma, sofreu uma parada cardiorrespiratória e ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio durante o incidente.
Desde que foi internada, ela passou por uma série de complicações. No dia 21 de fevereiro, Medeiros realizou um exame que mostrou um edema cerebral – um inchaço de uma região cerebral ou de todo o cérebro, resultado do acúmulo de líquidos no tecido, aumentando o volume e consequentemente a pressão intracraniana.
Ela chegou a ficar mais de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Anápolis, passou uma traqueostomia e, por vários dias, não respondeu aos estímulos médicos. Após apresentar melhora, Thais teve pneumonia, e se recuperou da infecção há cerca de duas semanas, o que ajudou a controlar seu quadro clínico.
Antes do incidente, Adriana disse que a filha tinha bronquite e asma, além de sofrer com crises alérgicas. A jovem já havia até mesmo ficado internada por cinco dias, devido a uma bactéria no pulmão.
“A Thais contraiu asma e bronquite no final da gravidez dela, desde então, eu venho lutando com ela. Ela tem alergia a muita coisa, só que a gente ainda não sabia. A gente ia começar um tratamento com ela no Hospital das Clínicas em Goiânia, mas, por motivos financeiros, não conseguimos continuar. Ela disse: ‘não, mãe, depois a gente faz’”, recordou a mãe.
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