Nesta terça-feira (13), morreu uma adolescente de 16 anos com suspeita de febre maculosa. A jovem estava internada em um hospital em Campinas, desde o dia 9 de junho, também apresentando sintomas de dengue, leptospirose ou meningite. Ela esteve na mesma festa onde foi constatado um surto da doença, e registrada a morte de três pessoas.
O motivo do óbito da adolescente ainda não foi confirmado oficialmente. Ela havia comparecido à tradicional celebração do município na Fazenda Santa Margarida, localizada no distrito Joaquim Egídio, onde um homem e duas mulheres contraíram a doença e faleceram no último dia 8. Ainda ontem, o Instituto Adolfo Lutz confirmou que a morte dos três se deu por febre maculosa, infecção transmitida pelo carrapato-estrela contaminado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
“A família da adolescente só referiu o evento da Fazenda Santa Margarida nesta terça-feira, 13 de junho, ao ver a repercussão na imprensa. O material coletado está em análise no Instituto Adolfo Lutz. Por isso, a causa da doença ainda não foi confirmada”, informou a Secretaria Municipal da Saúde de Campinas.
Mais cedo, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou que o empresário e piloto de Fórmula C300, Douglas Pereira Costa, e sua namorada, a dentista Mariana Giordano, vieram a óbito após contraírem a enfermidade. Douglas estava internado em um hospital de Jundiaí, enquanto Mariana ficou em uma unidade da capital paulista, após irem à ‘Feijoada do Rosa’ na Fazenda Santa Margarida. Entretanto, no dia seguinte, em 8 de junho, o casal faleceu.
Os sintomas do empresário iniciaram depois da viagem feita com a namorada, no dia 3 de junho, período em que visitaram uma área rural de Campinas. Em seguida, os dois seguiram para Monte Verde, em Minas Gerais. A dentista, por sua vez, também apresentou suspeita de dengue, febre maculosa, leptospirose, além de manchas vermelhas pelo corpo. Também foi registrada a morte da professora Evelyn Santos, de 28 anos, que morava em Hortolândia (SP).
De acordo com a prefeitura, a fazenda é considerada um local provável de infecção, portanto, não deverá organizar outros eventos até que a situação seja esclarecida. “A fazenda só poderá fazer novos eventos quando apresentar um plano de contingência ambiental e de comunicação. Os responsáveis pelo local foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa”, determinou a administração municipal.
“Essa informação é imprescindível para que a pessoa adote comportamentos seguros ao frequentar estes espaços e também para que, após frequentar, se apresentar sinais e sintomas, informe o médico e facilite o diagnóstico. Nos próximos dias, técnicos do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) farão uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos (pesquisa acarológica) no espaço”, concluiu o texto.
Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, apenas neste ano já foram registrados 12 casos da doença com seis mortes. No ano passado, em todo o estado, foram 53 episódios com 37 óbitos confirmados por febre maculosa.
Fazenda Santa Margarida se pronuncia
Por meio de uma nota, a Fazenda Santa Margarida se manifestou sobre os casos de febre maculosa. A organização alega que “sempre agiu e age de acordo com todas as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária” e que mantém “um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação”.
Os responsáveis do estabelecimento também alegam que toda a documentação “está em conformidade e regularidade com os órgãos competentes e as exigências legais, incluindo a Prefeitura Municipal de Campinas”, e que nos últimos anos “nunca houve qualquer caso semelhante ao surto que está sendo presenciado”.
“A Fazenda Santa Margarida se coloca à disposição das autoridades competentes para qualquer auxílio necessário na investigação desse triste acontecimento”, continuou o texto. Por fim, os organizadores do “Feijoada do Rosa” lamentaram as mortes.
“Até o momento, não se pode descartar que as contaminações tenham eventualmente ocorrido durante essa frequência na Fazenda Santa Margarida, mesmo porque a Vigilância Sanitária local veio a público reforçar que a cidade de Campinas ganha especial expressão como foco da referida doença”, concluiu a nota.
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