Cinco servidores da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro foram demitidos nesta quarta-feira (12) e 14 medidas disciplinares foram aplicadas, após um homem com as pernas amputadas ser abandonado do lado de fora de um hospital municipal. De acordo com o g1, pessoas que socorreram afirmaram que a vítima passou quatro horas na rua.
“Situação gravíssima que precisa de punição exemplar para que não se repita. Fizemos uma investigação detalhada, assistimos a todas as imagens das câmeras de segurança e ouvimos todos os envolvidos. Não há justificativa plausível. Por isso, foram realizadas 5 demissões e 14 medidas disciplinares foram aplicadas aos responsáveis”, explicou o secretário Daniel Soranz.
Situação gravíssima que precisa de punição exemplar para que não se repita. Fizemos uma investigação detalhada, assistimos todas as imagens das câmeras de segurança e ouvimos todos os envolvidos. Não há justificativa plausível. Por isso, foram realizadas 5 demissões e 14 medidas… pic.twitter.com/S0HoXqhtpd
— Daniel Soranz (@danielsoranz) July 12, 2023
Ele ainda confirmou que, no momento, o paciente está em uma unidade de baixa complexidade e aguarda vaga em um abrigo. Testemunhas afirmaram que o homem foi deixado na calçada de fraldas e com uma sonda. “Ele tava jogando no chão, eu cheguei 7h20 para trabalhar, ele tava jogado aqui no chão. Fui até ele e perguntei o que tinha acontecido. Ele falou que os maqueiros jogaram ele aqui”, contou o vigilante Mauro Sérgio Novaes.
O caso aconteceu na última segunda-feira (10) e foi revelado pelo O Globo. Ao RJ1, testemunhas falaram que o homem foi novamente levado ao hospital e aguardará uma vaga em um abrigo da Prefeitura do Rio. “Os lojistas que carregaram ele e botaram ele aqui (no hospital), quando ele estava só de fralda e sonda. (…) ele que pediu para ser colocado para fora do hospital, porque o hospital alegou que não tinha mais o que fazer para ele dentro do hospital, que ele não podia ocupar a vaga de outro paciente. Foram funcionários do próprio hospital que colocaram ele para fora”, contou a professora Tatiana Cristina Borges.
Apesar da Secretaria Municipal de Saúde do Rio comunicar que o caso ainda será investigado, a direção do Hospital Pedro II já informou que os dois maqueiros que levaram o homem para fora da unidade de saúde foram demitidos. “Há um processo de apuração dos fatos em andamento e os dois funcionários que levaram o homem para fora do hospital foram demitidos. Este não é o procedimento da unidade”, declarou o hospital em nota.
Segundo a direção do hospital, o homem foi deixado na unidade de saúde por um abrigo de Búzios sem nenhuma indicação de atendimento médico. Também foi revelado que os funcionários alegaram que o próprio paciente não queria ficar internado e pediu para ser retirado da unidade de saúde. Na versão dos funcionários, o departamento de Serviço Social do hospital buscava uma instituição de acolhimento para receber o homem, quando ele pediu para ser levado para fora.
Foi neste momento que dois funcionários decidiram atender ao pedido dele. “Eu achei um absurdo. Isso não se fez nem com um cachorro. A responsabilidade é do hospital Pedro Segundo, não interessa se o cara não queria ficar ali dentro ou não. Isso é desumano, um frio danado, 7h30 da manhã, com sonda. Absurdo“, declarou uma testemunha.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques