Um homem de 34 anos foi preso por suspeita de estuprar uma adolescente de 17 anos dentro do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar (PMMG), a vítima e o suspeito estavam internados no mesmo andar da unidade. O crime teria ocorrido na segunda-feira (14), em uma área de escadas do hospital.
O paciente mantinha contato com a jovem desde o último sábado (12). A polícia foi chamada pela direção da unidade após a denúncia da adolescente. Segundo as autoridades, o homem alegou que a relação foi consensual. A identidade dele não foi revelada. Funcionários, que preferiram não se identificar, afirmaram que o suspeito está sob cuidados após mordida de cachorro e que a vítima tratava queimaduras.
Em depoimento, a jovem falou que ela acompanhou o homem até a escadaria entre o 9º e o 10º andar do hospital para fumar, um andar acima de onde ambos estavam internados. Ele, então, a teria apalpado e tentado um beijo. A adolescente afirmou que reagiu, mas que o suspeito a agarrou, tentou penetração e a obrigou a fazer sexo oral nele. Para tentar distraí-lo, ela sugeriu que o homem buscasse preservativos.
Neste momento, ela foi até a enfermaria. No local, a jovem pediu ajuda para a acompanhante de um paciente, que avisou a direção do hospital. Com isso, a Polícia Militar foi acionada, registrou boletim de ocorrência no local e ainda deteve o suspeito. A vítima foi encaminhada para o Hospital Municipal Odilon Behrens, referência no atendimento de vítimas de agressão sexual, acompanhada pela mãe.
A adolescente recebeu o atendimento, mas em seguida retornou para o Hospital João XXIII, onde ficou internada até esta terça-feira (15). Já o suspeito deve finalizar o tratamento no hospital, mas sob escolta da polícia, informou a PM. As autoridades ainda divulgaram que ele é sem-teto.
Carlos Martins, diretor da Associação dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), admitiu que faltou segurança. “Esse setor tem problemas constantes porque não tem vigilância e não têm câmeras”, comentou ele.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), órgão do governo do estado responsável pela administração do Hospital João XXIII, publicou uma nota em que afirma que todas as providências cabíveis foram tomadas. “A Polícia Militar foi acionada e realizou a prisão em flagrante do autor e a vítima foi socorrida e levada para outra unidade hospitalar para realização de exames”, declarou.
A instituição ainda falou que “lamenta profundamente e repudia o ocorrido, informa que irá apurar internamente o fato e dará todo o apoio necessário à vítima”. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil de Minas Gerais, que instaurou inquérito para apurar o caso. As investigações serão conduzidas pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
A fundação também se pronunciou sobre as denúncias da associação de empregados. Segundo o órgão, o hospital conta com vigilância patrimonial que realiza rondas em todos os andares. Além disso, as câmeras estão distribuídas em pontos estratégicos da unidade.
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