Um homem de 43 anos morreu afogado depois de pular de um barco em movimento entre Guarujá e Santos, no litoral de São Paulo. O caso aconteceu na última sexta-feira (18). De acordo com o relato de uma testemunha à polícia, Sergio Luís Pereira apostou R$ 50 com um vendedor de balas da embarcação caso ele pulasse na água. O ambulante teria se recusado, mas o homem, que estava no banco de trás, teria aceitado o desafio.
A família de Sergio contou que ele usava prótese ocular em um dos olhos e sabia nadar “muito bem”. Segundo o boletim de ocorrência (b.o.) obtido pelo UOL, a vítima se jogou na água, se debateu por alguns segundos e depois submergiu. Um barqueiro teria ajudado no resgate. O vendedor afirmou que não conhecia o homem com quem supostamente fez a aposta.
Em vídeo divulgado pelo g1, é possível escutar uma testemunha que registrou o momento. “O moleque desmaiou aqui na água, ‘peitou’ aposta”, disse. Nas imagens, Sergio aparece nadando e sendo resgatado por duas pessoas. A irmã dele, Anna Ísis, questionou a versão apontada sobre o desafio. “Cadê o momento da aposta? Hoje em dia gravam tudo e ninguém gravou o momento da aposta?”, questionou ela. Veja o vídeo abaixo [Atenção! Imagens fortes]:
Momento em que o homem afoga após pular do barco no litoral de SP pic.twitter.com/jRgiwkXQvI
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) August 22, 2023
Anna Ísis alegou que o irmão foi resgatado só depois de ficar desfalecido na água. Segundo ela, várias versões estão sendo contadas pelas testemunhas, algumas dizem que aposta teria sido feita diretamente para Sergio e não para um ambulante, outras afirmam que o vendedor que fez a aposta alegou ser amigo da vítima, e ainda tem que fale que os dois pularam juntos. Por isso, ela questionou o que está descrito como ocorrido no b.o.
“A gente está sem chão, não sabe nem como explicar o sentimento que a gente está sentindo. A gente só quer respostas. A gente só quer entender o que tá acontecendo. Mesmo que realmente foi uma aposta, meu irmão aceitou a aposta, a administradora da barca tem que dizer alguma coisa. Por que não pularam na água, não jogaram bote, não salvaram meu irmão?”, afirmou Anna.
Sergio foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central, em Santos. Porém, ele não resistiu e morreu. Ele deixou duas filhas e dois netos. O caso foi registrado pelo 5ª Delegacia de Polícia de Santos como morte suspeita.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo, responsável pela travessia de barcas, lamentou a situação. “A Semil esclarece que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações do caso e reforça, ainda, que a segurança dos usuários depende do respeito às orientações da tripulação e das equipes em terra”, declarou.
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