Nesta terça-feira (5), o norte-americano Leonard Mack foi inocentado de uma acusação de estupro, quase cinco décadas depois, graças a um novo exame de DNA. Ele foi preso em 1976, em Greenburgh, no estado de Nova York. Hoje com 72 anos, ele cumpriu sete anos de pena e, desde então, tentava provar sua inocência.
Segundo as autoridades, esta foi a “condenação errônea mais longa da história”. Na época, a polícia buscava por um suspeito negro, em uma região de maioria branca, e ele foi acusado de estuprar uma adolescente que estava indo para a escola com uma amiga. Leonard ainda teve duas acusações de posse ilegal de arma.
Uma campanha da organização “Innocence Project”, que comparou o resultado do exame em bancos locais e estaduais, auxiliou no processo de identificação do verdadeiro culpado. “É a condenação errônea mais longa da história dos Estados Unidos, conhecida pela ‘Innocence Project’, a ser revogada por um exame de DNA”, afirmou o gabinete do promotor do condado de Westchester, ressaltando “a força inabalável de Mack, que lutou por quase 50 anos para limpar seu nome”.
O agressor identificado pelo novo exame confessou o estupro. Ele havia sido condenado por roubo e estupro no Queens, algumas semanas após o crime. Ele também foi condenado em 2004 por roubo e agressão sexual a uma mulher em Westchester. “Com a campanha, exames de DNA que não estavam disponíveis na época dos fatos descartaram de forma conclusiva o senhor Mack e identificaram um agressor sexual condenado, que agora confessou o estupro”, informou o gabinete.
A organização apontou que o caso de Leonard segue todos os fatores comuns que contribuem para condenações injustas: identificação incorreta de testemunhas oculares, depoimentos forenses enganosos, preconceito racial e campo de visão reduzido.
“Hoje, evidências indiscutíveis de DNA provam que Leonard Mack é inocente. Quase cinco décadas depois, ele finalmente tem alguma medida de justiça. Queremos agradecer ao Procurador Distrital do Condado de Westchester e à sua Unidade de Revisão de Condenações pela sua cooperação e compromisso na procura da verdade”, disse Mary-Kathryn Smith, uma das advogadas de Mack.
Leonard Mack também celebrou o resultado positivo. “Quero primeiramente agradecer a Deus por este dia. Em seguida, quero agradecer ao ‘Innocence Project’. Perdi sete anos e meio da minha vida na prisão por um crime que não cometi e vivi com esta injustiça pairando sobre a minha cabeça durante quase 50 anos. Mudou o curso da minha vida – tudo, desde onde eu morava até o relacionamento com minha família. Nunca perdi a esperança de que um dia seria provada minha inocência. Agora a verdade veio à tona e posso finalmente respirar. Finalmente estou livre”, comemorou.
Segundo o Registo Nacional de Exonerações, 575 pessoas condenadas foram absolvidas com base em novos exames de DNA desde 1989, das quais 35 aguardavam a execução. Mais de metade das 3.300 pessoas cujas sentenças foram revogadas entre 1989 e 2022 eram negras.
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