Marília Mendonça: Defesa da família do piloto se revolta com conclusão da polícia: “Falaram absurdos”

Marília Mendonça: Defesa da família do piloto se revolta com conclusão da polícia: “Falaram absurdos”


Nesta quarta-feira (4), quase dois anos após o acidente aéreo que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas, a Polícia Civil de Minas Gerais apontou que a queda do avião ocorreu por falha do piloto, Geraldo Medeiros, e do copiloto, Tarcísio Pessoa Viana. Em entrevista ao UOL, o advogado que representa a família de Geraldo declarou que as conclusões da corporação sobre a causa do acidente são “absurdas” e “injuriosas”.

Durante coletiva de imprensa, segundo o g1, o caso foi classificado pelos policiais como homicídio culposo (quando não há intenção de matar) triplamente qualificado por parte do piloto e do copiloto, com a impunibilidade por conta da morte de ambos. Fatores como um mal súbito dos pilotos, qualquer falha mecânica ou um possível atentado foram descartados.

Entretanto, segundo Sérgio Alonso, a conclusão de que o acidente foi causado por falha dos profissionais não é baseada em provas técnicas. “O acidente ocorreu pela falta de sinalização da rede, pela ausência de carta de aproximação visual e por essa rede estar colocada na mesma altura do tráfego padrão, que é de mil pés”, afirmou o advogado.

Fotojet (59)
O acidente aconteceu em 5 de novembro de 2021. (Fotos: Reprodução/Instagram; BandNews TV)

Alonso acrescentou, ainda, que os delegados não têm conhecimento sobre aviação e, por esse motivo, a conclusão não é válida. “Os delegados concluem sem conhecer nada de aviação, falaram absurdos sobre velocidade, zona de proteção. Eles concluem que os culpados são os pilotos que foram mortos e ainda atribuem a eles triplo homicídio culposo, se arvorando na posição de juízes”, acusou ele.

O acidente aconteceu no dia 5 de novembro de 2021 e causou a morte da sertaneja Marília Mendonça, então com 26 anos, e outras quatro pessoas. O avião de pequeno porte caiu numa área de difícil acesso na Serra de Caratinga, em Minas Gerais. A cantora estava a caminho da cidade para uma apresentação que aconteceria no dia da tragédia. Além da artista, morreram também o produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.

Marília morreu na queda do avião. (Foto: Leo Franco / Agnews)

No momento da aproximação do aeroporto, a aeronave atingiu uma torre de transmissão de energia. De acordo com o médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos, os ocupantes morreram com o choque do avião contra o solo, já que bateram as cabeças e os corpos no impacto. Além disso, o médico disse que foram feitos exames extras com amostras coletadas das vítimas e os resultados foram negativos no teste toxicológico e de teor alcoólico.

Exames anatomopatológicos também foram realizados para detectar se as vítimas tinham alguma doença pré-existente que pudesse ter interferido nas mortes, mas nada foi constatado. As mortes aconteceram depois que todos já estavam no chão.

O bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, prefixo PT-ONJ, com capacidade para seis passageiros, estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Continua depois da Publicidade

As autoridades apontaram, ainda, que foi constatada negligência por parte dos pilotos, já que eles “dispunham de procedimentos para fazer uma análise prévia do local” antes de começarem a descida – procedimento requerido no caso de pouso sem auxílio de torre de comando.

Devido à morte dos pilotos, o inquérito será enviado à Justiça com recomendação de arquivamento, confirmou a polícia mineira.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques

Artigos Recomendados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *