Uma mulher israelense e sua filha conseguiram sobreviver à invasão de cerca de 12 horas do Hamas em sua propriedade, no último fim de semana. Como proteção, as duas utilizaram um aspirador de pó e um rolo de macarrão para bloquear a entrada de um quarto.
Irit Lahav, residente de uma kibutz (comunidade agrícola de Israel), contou à CNN que, quando soube dos combatentes do Hamas, ela e sua filha se refugiaram em um quarto. A dupla acreditou ser “um bombardeio normal”, com os quais elas estavam “acostumadas há anos”.
Apesar de terem usado anteriormente o cômodo como um abrigo antiaéreo, a mulher percebeu que o quarto estava mal equipado para impedir a entrada de pessoas armadas. A porta, por exemplo, sequer tinha fechadura. Segundo a publicação, as portas são pesadas, mas não têm fechaduras, e não deveriam ser trancadas por razões de segurança.
“Em todos os lugares [ouvíamos] tiros e granadas sem fim. Eu estava tentando descobrir o que fazer. [Eu pensava]: Será que eles vão arrombar a nossa porta? Como posso ter certeza de que está bloqueada? Comecei a enviar mensagens de texto e a ligar para as pessoas do kibutz [perguntando] como trancar a porta, e ninguém sabia”, relatou Lahav.
Por sorte, seu irmão enviou uma foto mostrando como ele havia trancado a porta utilizando dois cabos de vassoura. Lahav, no entanto, não tinha vassouras, mas lembrou que havia um rolo de macarrão e um aspirador. Então, ela decidiu montar o meio de proteção improvisado. Em entrevista, ela destacou que a situação é “difícil de imaginar”, porque sabia que morreria se eles invadissem, já que conseguia ouvir homens gritando e “batendo em tudo”.
“Não havia nada que pudéssemos fazer, exceto nos abraçar. Minha filha e eu, debaixo da mesa, escondidas no escuro. Começamos a dizer uma para a outra: ‘Eu te amo’. Minha filha disse: ‘Eu te amo, agradeço muito tudo o que você fez por mim’. E eu disse a ela o quanto eu a amo. Achávamos que íamos morrer, e eles ficavam tentando abrir”, contou.
Lahav disse que “tinha certeza” que o aspirador de pó e o rolo não aguentariam, “mas eles aguentaram”. Ela e sua filha se sentiram sortudas quando, depois de “oito ou 10 minutos tentando, gritando e atirando em tudo”, os homens deixaram sua casa. Mas o alívio durou pouco, já que mais combatentes retornaram ao local aproximadamente uma hora depois, “tentando arrombar a porta” mais uma vez, disse ela. “Então, pela terceira vez, eles vieram. Foi como um pesadelo sem fim. Foi tão assustador”, recordou Lahav.
A mulher ainda estima que 30% das pessoas que viviam no kibutz morreram ou foram sequestradas durante o ataque surpresa do último sábado (7). Esta foi uma das muitas propriedades comunitárias que sofreram com a invasão. Ainda nesta semana, um casal israelense relatou como conseguiu sobreviver, apenas com biscoito e frango aos ataques dos membros do Hamas.
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