Neste domingo (15), a página do Estado de Israel emitiu críticas contra Gigi Hadid, após a modelo se manifestar sobre a atuação do país no conflito com o Hamas. Em 7 de outubro, os membros do grupo romperam a barreira que separa o território israelense da Faixa de Gaza e deram início ao pior ataque em 50 anos entre os países. Até o momento, na Palestina foram 2.670 mortes e em Israel, 1.400 – a maioria das vítimas eram civis.
Gigi, que é de origem Palestina, condenou a “postura” de Israel ao longo de sua história. “Não há nada de judeu no tratamento do governo israelense com os palestinos. Condenar o governo israelense não é anti-semita e apoiar os palestinos não é apoiar o Hamas”, compartilhou no story.
A modelo também publicou uma mensagem direcionada para todos os afetados pela “tragédia injustificável”. “Tenho profunda empatia pela luta palestina e pela vida sob ocupação, é uma responsabilidade que carrego diariamente. Também sinto a responsabilidade para com os meus amigos judeus de deixar isso claro, como já fiz antes: embora tenha esperanças e sonhos para os palestinos, nenhum deles inclui o dano de um judeu. O terror de pessoas inocentes não está alinhado e não faz nenhum bem ao movimento ‘Palestina Livre’”, afirmou.
O discurso, porém, não foi aceito pelas autoridades israelenses, que responderam diretamente a publicação da modelo. “Você estava dormindo na última semana? Ou você acha certo fechar os olhos para bebês judeus sendo massacrados em suas casas? Seu silêncio tem sido muito claro sobre de que lado você está. Nós estamos vendo você”, escreveu a conta oficial de Israel no Instagram.
As autoridades do país ainda reformularam a declaração de Hadid. “Não tem nada de valente no massacre do Hamas contra os israelenses. Condenar o Hamas pelo que ele é (ISIS) não é ser anti-palestino e apoiar os israelenses na luta contra terroristas bárbaros, é a coisa certa a se fazer. Se você não condena essas coisas, suas palavras não significam nada”, continuou o governo, ao publicar uma imagem de roupas e brinquedos infantis espalhados em um chão cheio de sangue.
Gigi e Bella Hadid são filhas de Mohamed Hadid, poderoso empresário do mercado imobiliário. No passado, ele esteve entre os 700 mil palestinos expulsos de seu território por Israel, em 1948. Na época, uma guerra civil entre árabes e judeus acabava de ser travada, seguida de uma guerra entre o recém-formado estado de Israel e países vizinhos, como Egito, Iraque, Líbano e Síria. Para sobreviver, a família Hadid precisou se refugiar na Síria. Por causa do histórico, as irmãs costumam demonstrar apoio à Palestina em diversas ocasiões.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques