Caso Evandro: Justiça anula condenações de acusados mais de 30 anos após sumiço do menino; entenda motivo

Caso Evandro: Justiça anula condenações de acusados mais de 30 anos após sumiço do menino; entenda motivo


O Tribunal de Justiça do Paraná aprovou a revisão criminal relativa do crime conhecido como “Caso Evandro“. De acordo com a decisão, divulgada pelo g1 nesta quinta-feira (9), todas as pessoas condenadas foram consideradas inocentes. Dessa forma, Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira (falecido em 2011) foram absolvidos pela Justiça.

O menino Evandro Ramos Caetano desapareceu em 6 de abril de 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná. Cinco dias depois do sumiço do garoto, um corpo foi encontrado em um matagal sem os órgãos e com mãos e dedos dos pés cortados. Uma verdadeira caça às bruxas se iniciou e sete pessoas foram acusadas pelo crime, terminando presas e torturadas pela Polícia Militar. Toda a história foi compartilhada em uma série de sucesso do Globoplay.

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A revisão criminal é feita quando o réu acredita que foi condenado de forma injusta. Três dos cinco desembargadores que analisaram o pedido entenderam que os condenados fizeram uma falsa confissão devido a torturas, expostas em fitas de áudio. Os dois magistrados que votaram contra a revisão apontaram que o material precisava ter passado por uma perícia.

As evidências foram encontradas pelo jornalista Ivan Mizanzuk, idealizador do podcast Projeto Humanos. As gravações já estavam nos autos do processo desde o início do caso, mas sem os trechos que continham as descrições da tortura. Elas só foram estabelecidas como provas em agosto, depois que as captações na íntegra foram apresentadas.

O portal apontou que a conclusão não pode receber recurso, dando, ainda, o direito dos condenados pedirem uma indenização na esfera civil.

Na época das investigações, Beatriz Abagge e a mãe, Celina Abagge, então primeira-dama de Guaratuba, foram acusadas de encomendar a morte do menino para um ritual de magia negra. Elas passaram cinco anos na cadeia. Além delas, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro, Vicente de Paula, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos Santos também foram condenados pela participação no crime. Relembre detalhes sobre os “7 Inocentes de Guaratuba”, clicando aqui.



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