Silvana Taques, mãe de Larissa Manoela, é indiciada pela polícia por racismo religioso contra o genro

Silvana Taques, mãe de Larissa Manoela, é indiciada pela polícia por racismo religioso contra o genro


Nesta quinta-feira (30), foi confirmado pelo jornal O Globo que a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou Silvana Taques, mãe da atriz Larissa Manoela, por racismo religioso contra o genro, André Luiz Frambach.

O caso teve início em agosto deste ano, quando uma mensagem de Silvana comentando sobre a religião do rapaz veio à tona em reportagem do colunista Lucas Pasin, do UOL. No texto, ela chamou a família do ator, que é espírita kardecista, de “macumbeira”. A fala acabou se tornando alvo de inquérito da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Três meses após o início da investigação, a mãe de Larissa foi indiciada com base na lei sobre crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, revelou o jornalista Lauro Jardim. No relatório sobre o caso, a Polícia Civil carioca afirmou que foi comprovado o ato racista “de acordo com o apurado neste procedimento e com indícios suficientes de autoria”.

Frambach declarou em depoimento às autoridades que “não se sentiu ofendido ou discriminado religiosamente” pela sogra. O ator destacou, ainda, que só ficou sabendo sobre a mensagem em questão quando a noiva, Larissa, iniciou as negociações para a entrevista para um programa de TV (o Fantástico, da TV Globo).

Na época, foi acordado pelo casal que nenhum deles exporia a parte da discussão por mensagem em que Silvana mencionava a família do ator. À polícia, André afirmou que ambos concordaram em cobrir o trecho do diálogo em que Silvana se referia a eles como “macumbeiros” com uma tarja preta – isso antes de enviar a captura de tela à equipe da Globo. Por esse motivo, ele reforçou não saber como as mensagens vazaram ao público.

Larissa Manoela foi intimada, mas conseguiu uma liminar e não precisou comparecer à delegacia. Patrícia Proetti, advogada do casal, explicou a decisão em nota ao Notícias da TV. “Após a Larissa ter sido intimada para depor, ingressamos com um habeas corpus em virtude de ela ser filha da suposta investigada e, por esta razão, não ser obrigada a testemunhar contra a mãe e nem comparecer para depor se não quiser. Posteriormente foi impetrado um Habeas Corpus em favor do André, pois, sendo ele genro da suposta investigada, seria considerado parente por afinidade o que também o isentaria de testemunhar contra a sogra. Entretanto, o juízo entendeu que o Código de Processo Penal não isentaria genro de depor como testemunha, somente o Código de Processo Civil”, detalhou.

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Silvana também não prestou depoimento, optando por requisitar, através de sua defesa, o arquivamento do inquérito. No entanto, os advogados de Taques não tiveram sucesso. Desde então, ela se pronunciou em entrevista ao SBT, alegando ter agido por impulso. Taques disse estar arrependida e reforçou não teve a intenção de ofender ninguém com a mensagem.

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Larissa Manoela e a mãe, Silvana Taques. (Foto: Reprodução/Instagram)

Relembre o caso

Na mensagem, enviada por Silvana à Larissa no dia 24 de dezembro de 2022, véspera do Natal, pelo WhatsApp, a pedagoga dispara xingamentos contra a filha. Em um longo texto, Larissa pede que a mãe repense as últimas atitudes, mas admite que sente falta da “melhor amiga”. A resposta de Silvana, entretanto, não foi positiva: “Vai à m*rda, vai? Esqueça que eu sou sua mãe! Nem li sua mensagem e já apaguei! Você fez suas escolhas e eu também”.

Na reportagem do “Fantástico“, exibida no domingo (20), a TV Globo optou por ocultar o resto da conversa, que menciona o tema religião. Entretanto, no print divulgado por Pasin, a mãe da atriz foi mais longe e chamou a família do genro de “macumbeira”: “Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo Natal aí com todos os guias dessa família macumbeira kkkkkk”. 

Silvana Taques é investigada por intolerância religiosa após mensagem para Larissa Manoela vir à tona. (Foto: Reprodução/Fantástico)

O termo “macumbeira” — que nomeia cultos religiosos de matriz africana — foi interpretado como usado de forma pejorativa, alegou a Comissão de Combate a Intolerância Religiosa do Rio, na notícia-crime assinada pelos advogados Carlos Nicodemos Oliveira Silva e Rodolfo Xavier. A investigação foi aberta na sequência.



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