A segunda parte da 6ª e última temporada de “The Crown” estreia amanhã, 14 de dezembro, na Netflix, e chega para fechar o ciclo com chave de ouro. Na “nova era” da produção, veremos o início da vida adulta dos príncipes William e Harry, bem como o Jubileu de Ouro da Rainha e o começo do romance entre o herdeiro do trono britânico e Kate Middleton. Para trazer a história à vida, o streaming apostou nos atores Meg Bellamy, Ed McVey e Luther Ford, que conversaram com o Hugo Gloss sobre os bastidores da produção.
Começando alguns tempo após a trágica morte da princesa Diana, a parte dois da temporada se aprofunda na adolescência e início da vida adulta de William (McVey) e Harry (Ford), e na tensão entre os irmãos, que continua a crescer. Enquanto o mais velho lida com o luto pela mãe, as pressões da “fama” e a descoberta de seus sentimentos pela “plebeia” Kate Middleton (Bellamy), Harry também tenta entender seu espaço como o segundo filho. Fica claro, ainda, que a relação entre os filhos de Diana e o pai, o príncipe Charles (Dominic West), vai de mal a pior.
Trazer um personagem à vida não é uma tarefa fácil. Interpretar uma pessoa que existe, está viva e possivelmente verá sua interpretação de quem ela é, é um desafio ainda mais árduo.
Segundo Ed McVey, que vive o herdeiro ao trono britânico e primogênito de Diana e Charles, a preparação para isso exigiu muita pesquisa e planejamento, mas também uma boa dose de “abstração” por parte dos atores. “Sim, eu acho que isso [saber que a família pode ver a série] adiciona uma camada de responsabilidade, eu suponho. Mas acho que também proporciona um toque adorável em termos de você realmente se aprofundar em sua pesquisa e preparação e, realmente, te dá mais energia para fazer um bom trabalho como ator. Mas também acho que você não pode pensar demais nisso porque pode turvar seu julgamento e pode ser bastante debilitante. Então acho que você apenas… Você não está fazendo um tipo de imitação. Ou fazendo um documentário recriando a vida deles. Você tem um personagem, tem falas para decorar, então você constrói e pensa sobre quem é essa pessoa no roteiro. E não necessariamente fica pensando na vida real”, refletiu McVey, em conversa com Bruno Rocha, o Hugo Gloss.
Já para Bellamy, que vive Kate Middleton na telinha, é tudo uma questão de equilíbrio. “Há uma equipe de pesquisa envolvida e eles nos enviam muitas coisas também. Mas quero dizer, sim, eu assisti a muitos documentários. Para mim, essa foi a coisa mais útil que eu poderia fazer. Porque você está não apenas aprendendo sobre ela [Kate Middleton], mas está a assistindo e ouvindo. Então é meio que como matar três pássaros com uma pedra só. Então, isso foi realmente útil para mim. Definitivamente, você incorpora a sua própria pesquisa, bem como usa uma ‘licença criativa’”, observou a atriz.
Para Luther Ford, a parte mais integral da preparação foi o auxílio para introduzir os maneirismos de Harry. “Sim, mas a equipe de pesquisa, tem um alcance enorme em termos de nos enviarem livros, documentários, artigos, documentos… E então, temos um treinador vocal, um de movimentos. Há muitas pessoas envolvidas em te ajudar a configurar isso”, destacou.
Escrutínio e conexão
Integrar uma das famílias mais notórias do mundo, ainda que “de mentirinha”, é uma experiência peculiar e, de certa forma, os atores tiveram um gostinho de como isso funciona para os Windsor. Desde a divulgação de que interpretariam Kate, William e Harry nas telinhas, McVey, Bellamy e Ford foram alvo de inúmeros comentários nas redes sociais e ainda artigos na imprensa internacional que variavam de críticas a elogios pela escolha.
Tudo isso reflete o tamanho do apelo que os royals tem com o público (tanto que é virou tema de série!). Seja pelo drama da vida real, a tradição da família ou até mesmo por pura curiosidade, os olhos do mundo acompanham diariamente cada movimento da família. Entretanto, para os atores, a constante exposição não foi tão benéfica.
Bellamy confessou que, apesar de acompanhar as notícias antigamente, após conseguir o papel ela achou necessário se distanciar dos “personagens” da vida real. “Agora menos, pelo menos para mim. Não sei, acho que há um elemento de, tipo, colocar o personagem ‘para descansar’ um pouco. E também, sabe, eu estive tão absorta na Kate por tanto tempo, que é legal dar esse espaço. Porque eu ainda entro em modo de trabalho quando eu a vejo, acabo analisando seus maneirismos e às vezes pode ser até estressante. Porque estou pensando tipo, “será que eu fiz isso na série?” Tipo, isso é algo que ela faz. Talvez eu tenha deixado isso passar… Então eu não necessariamente acompanho ela atualmente. Mas os vemos de vez em quando, porque eles estão em todo lugar”, concluiu.
Os episódios finais da 6ª temporada de “The Crown” estreiam na Netflix nesta quinta-feira, 14 de dezembro. Além do drama dos jovens William, Kate e Harry, a produção mostrará a rainha Elizabeth II (Imelda Staunton), já em idade avançada, refletindo sobre “má reputação” dos Windsor e passando a questionar o papel da monarquia na Inglaterra moderna e também os sacrifícios pessoais que fez para governar a nação. Para conferir o bate-papo completo com o elenco, é só dar play aqui embaixo e curtir muito!
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