Um vídeo divulgado nesta sexta-feira (22), mostra a advogada Amanda Partata Mortoza comprando alimentos para um café da manhã na casa do ex-namorado. Ela é suspeita de envenenar o ex-sogro Leonardo Pereira Alves, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves. As imagens foram divulgadas pela Polícia Civil de Goiás. A advogada foi presa na última quarta-feira (20) e negou o crime durante o interrogatório.
As câmeras de segurança mostram que as compras foram feitas em um empório, no Setor Marista. Segundo o delegado Carlos Alfama ao g1, entre os alimentos escolhidos estavam pão de queijo, biscoitos, suco de uva e bolos de pote. “Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica, é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido”, afirmou o delegado.
Para a polícia, Amanda colocou o veneno no suco. Leonardo e a mãe Luzia passaram mal depois da refeição e morreram em um intervalo de algumas horas. “Mesmo que a perícia não encontre veneno nas substâncias apreendidas, a certeza é de uma morte por envenenamento. Não foi intoxicação alimentar, isso a perícia facilmente já detectou. Não foi infecção bacteriana. Qual a outra possibilidade? O perito apontou: a morte foi por envenenamento”, decretou Alfama.
Após as compras, a suspeita voltou para o hotel onde estava hospedada, antes de ir para a casa da família do ex. Com isso, as autoridades investigam se a manipulação do veneno nos alimentos aconteceu no hotel ou já no local do crime. Mais de 300 pesticidas estão sendo analisados pela Polícia Científica, para identificar qual a substância foi usada no envenenamento.
Vídeo mostra suspeita de envenenamento comprando alimentos pic.twitter.com/OCiKngeXxU
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) December 22, 2023
De acordo com o delegado, Amanda teria cometido o crime por não aceitar o fim do relacionamento de um mês e meio com o filho de Leonardo. Os dois estavam separados desde agosto. Antes do término, porém, ela anunciou uma gravidez e continuou convivendo com a família. Ela chegou a organizar uma festa de chá revelação para contar que estava esperando uma menina. Contudo, as autoridades apontaram que tudo não passou de uma grande farsa.
“Eu acredito que a intenção dela era matar qualquer pessoa que consumisse os alimentos. Ela não está grávida agora e já não está grávida há algum tempo, apesar dela ainda dizer que está grávida. O exame Beta HCG, que a própria defesa dela nos trouxe, mostra que deu zerado, ou seja, ela não está grávida há algum tempo, mesmo fingindo ter enjoos da gravidez”, disse Alfama.
Além da falsa gravidez, a investigação mostrou que a advogada criou pelo menos seis perfis fakes nas redes sociais para ameaçar o ex de morte. A mulher ainda tinha o costume de fazer ligações para os familiares do rapaz através de um aplicativo que escondia seu número. Frases como “Vou matar você e a sua namoradinha” e “Depois não chore em cima do sangue deles” foram enviadas. Ao todo, mais de 100 números foram bloqueados por Leonardo antes de sua morte.
“A partir de técnicas próprias da polícia e em contato diretamente com a empresa Meta, que é responsável pelo Facebook e Instagram, nós temos essa certeza de que esses perfis eram utilizados pela Amanda. Nós também descobrimos que os 100 números, que faziam ameaças por SMS e ligação, na verdade se tratavam de uma tecnologia que mascara um número original. Esse número original era cadastrado no nome do irmão da Amanda, mas ela, por uma desatenção, colocou o e-mail e número dela como os de recuperação no programa”, explicou o delegado. Amanda deve responder por duplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e envenenamento.
A suspeita foi presa na tarde desta quarta-feira (20). Ela foi encontrada em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia, após, segundo o delegado, tentar tirar a própria vida. A mulher se identifica como advogada, psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental. O Conselho Regional de Psicologia de Goiás, no entanto, informou que ela não possui registro profissional ativo no banco de dados.
“É uma pessoa que mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime, com condutas criminosas complexas. Ela foi recebida de braços abertos pelas vítimas, porque ela forjou uma personalidade dócil, amável, quando na verdade ela não tinha”, afirmou Carlos Alfama.
Mariana Perdomo, proprietária de uma doceria em Goiânia (GO), desabafou nas redes sociais após ser alvo da investigação. Em publicação nas redes sociais, a empresária confessou estar aliviada com a prisão de Amanda Partata. Clique aqui para ler a íntegra.
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