Idosa sente dores e descobre que carregou “bebê de pedra” por 56 anos no Mato Grosso do Sul

Idosa sente dores e descobre que carregou “bebê de pedra” por 56 anos no Mato Grosso do Sul


Uma idosa de 86 anos morreu em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, após descobrir que carregava um “bebê de pedra” e passar por um cirurgia para retirar o feto. Segundo o g1, a senhora estava com o feto calcificado no abdômen há 56 anos, desde quando teve a última gestação.

Ela deu entrada no Hospital Regional de Ponta Porã em 14 de março, com um quadro de infecção grave e dores abdominais intensas. No mesmo dia, como apontou a Secretaria de Saúde da cidade, uma tomografia 3D constatou o bebê calcificado. A primeira suspeita dos médicos foi câncer.

Após o procedimento cirúrgico realizado pela equipe de obstetrícia, a idosa foi encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e morreu no dia 15 de março. A causa da morte, de acordo com o portal, foi em decorrência do quadro de infecção generalizada.

Especialistas apontam a condição do “bebê de pedra” como raríssima. Até junho de 2023, existiam menos de 400 casos registrados na história da medicina.

Assista a um trecho da tomografia:

O secretário de Saúde de Ponta Porã, que também é médico, explicou que o nome da condição é “litopedia”. De acordo com ele, ocorre quando o feto de uma gravidez morre e se calcifica dentro do corpo da mãe. A palavra litopédio vem do grego e significa “criança de pedra”.

“A litopedia é um tipo raro de gravidez ectópica [quando o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero], e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O ‘bebê de pedra’ é resultante e pode não ser detectado por décadas, e pode causar complicações futuras”, disse Patrick Derzi.

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Segundo os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, a maioria das pacientes é assintomática e o diagnóstico geralmente é feito “por acidente” em exames de imagem. Dor abdominal, constipação crônica, obstrução intestinal, formação de fístula e abscesso pélvico estão entre os efeitos colaterais do “bebê de pedra”.



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