Orlando esclareceu que a mãe não havia dado aquela ordem, e então os homens mostraram a ele, o número de telefone do qual tinham recebido a ligação. Como aponta o boletim de ocorrência, o número da pessoa que fingiu ser a mãe dele era o de Suyany. Com a situação esclarecida, os funcionários da clínica devolveram todos os pertences do casal, que seguiu viagem para Uberaba, onde Orlando e a esposa moram.
Suyany Breschak cobrava até R$18 mil por “amarrações amorosas”, revelou o g1. A jovem de 27 anos faz sucesso nas redes sociais, com 700 mil seguidores, em que se identifica como “Esmeralda”, uma “cigana legítima de berço” e “especialista em união amorosa”. Em vídeos, ela ensina simpatias, faz previsões e aparece comprando itens para os “rituaizinhos”.
Quem a chamava pelo WhatsApp recebia uma mensagem automática, com erros de pontuação, descrevendo seus serviços. O texto prossegue com uma tabela de valores das “amarrações”. Um enlace de 3 anos custa R$2.200. Uma união de 5 anos sai por R$4.800. Sete anos de amarração ficam por R$5.200, e para a “amarração amorosa definitiva” Suyany cobra R$18 mil. “Resultados dentro de 21 dias”, avisa ela. O interessado precisa enviar nome completo, a data de nascimento e uma foto da pessoa “a ser amarrada”. Clique aqui para saber os detalhes.
Mandante do crime
Horas após Júlia Andrade Cathermol Pimenta ser presa, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond com um brigadeirão envenenado, a polícia trouxe uma reviravolta no caso. Segundo o delegado Marcos Buss, que comanda a investigação, a “cigana” Suyany Breschak teria sido a mandante do assassinato.
Breschak está presa desde o dia 29 de maio, quando foi interrogada pela polícia. A mulher já era suspeita de envolvimento no crime, pois recebeu o carro da vítima como pagamento de parte de uma dívida de R$400 mil de Júlia.
Porém, segundo o delegado da 25ª DP (Engenho Novo), as investigações reforçaram a teoria de que Breschak teria encomendado o crime contra Luiz Marcelo. “Podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos indicativos, de que a Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso. A Júlia tinha uma grande admiração, uma verdadeira veneração pela Suyany”, explicou.
O delegado destacou que Suyany teria influenciado a suspeita. “O que está sendo confirmado por todos os elementos reunidos até o momento, embora não saibamos explicar bem o porquê, é que Júlia realmente faria pagamentos mensais para Suyany”, detalhou.
Buss apontou que a conexão entre as duas partia da crença de que a cigana tinha “poderes”: “Essa relação já vinha se desenrolando há muito tempo. Suyany tinha uma influência muito grande sobre Júlia. Júlia se sentia ameaçada e entendia que poderia acontecer alguma coisa contra ela, como uma morte ou uma doença. Essa crença transcendia esse plano e repousava em eventuais poderes mágicos de Suyany. Júlia acreditava que Suyany tinha o poder sobre a vida, sobre a morte, sobre a saúde das pessoas”.
O delegado destacou, ainda, que Suyany orientou Júlia a moer o medicamento Dimorf (remédio à base de morfina) na sobremesa que matou o empresário. “A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, revelou. Suyany e Júlia teriam se conhecido quando a suspeita buscou os serviços espirituais da cigana.
O caso
Em 20 de maio, os vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento de Júlia Pimenta e Luiz Marcelo, no Engenho Novo, e chamaram os bombeiros. O empresário foi encontrado, sem vida, no sofá de casa. Seu corpo já estava em estado avançado de decomposição. A perícia revelou que ele teria falecido entre três a seis dias antes da descoberta. A teoria é que a vítima ingeriu um brigadeirão envenenado feito pela companheira, com um medicamento à base de morfina. Clique aqui para saber tudo.