Acidente em Vinhedo: Mãe de vítima dá relato emocionante após divulgação de relatório preliminar: “Várias vezes choramos”

Acidente em Vinhedo: Mãe de vítima dá relato emocionante após divulgação de relatório preliminar: “Várias vezes choramos”


Após o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgar o relatório preliminar sobre a queda do avião da VOEPASS, os familiares das vítimas começaram a se manifestar. Nesta sexta-feira (6), Fátima Albuquerque, mãe da médica Arianne Albuquerque Risso, de 34 anos, que morreu no acidente do mês passado, contou como foi a reunião com os peritos que analisaram o caso.

Ao Metrópoles, Fátima descreveu o clima entre as famílias como de “extrema tristeza”. “Várias vezes choramos”, relembrou. Ela acrescentou que entendeu a necessidade da explicação técnica por parte da Cenipa: “A gente viu que uma coisa é a realidade, e outra coisa é a burocracia. Para eles, o que importa é papel”.

Apesar de ser a primeira vez que as autoridades se manifestam oficialmente sobre o acidente, Fátima apontou que já esperava o resultado da reunião. Segundo o relatório, falhas no sistema de degelo do avião foram identificadas. “Se você não visse a condição da aeronave, ia achar que era novinha, que tinha acabado de comprar. A realidade está destoante das instituições. Com todos os papéis em dia, não importa. Porque estava a olho nu aquilo [defeitos no avião]. Disseram que estava apto a voar, tinha tido manutenção. Caiu porque resolveu cair”, desabafou.

Em uma coletiva de imprensa, o tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa, detalhou informações gerais da aeronave, da tripulação, do plano de voo e da meteorologia. Segundo ele, uma previsão de gelo severo na rota do avião já era esperada para o dia do acidente.

Meteorologia previa condição de gelo severo no trajeto da aeronave da Voepass (Foto: Reprodução/g1)

A conclusão do laudo determinou que a aeronave estava certificada para voar em condições de formação de gelo, e a tripulação estava qualificada e possuía experiência para esse tipo de voo. Além disso, as informações meteorológicas estavam disponíveis antes do horário da decolagem, mas o voo passou por condição de formação de gelo severo. Por fim, foi definido que a tripulação não declarou emergência, e que houve perda de controle da aeronave durante o voo em condições de formação de gelo.

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As próximas etapas da investigação envolverão exames de materiais e teste funcional de equipamentos, por meio de interação com operador, representantes acreditados e fabricantes; entrevistas com ênfase nas condicionantes individuais, psicossociais e organizacionais e a análise de procedimentos operacionais e de manutenção.

“Sabemos que nenhuma explicação técnica preencherá o vazio deixado [pelas vítimas]. Estamos empenhados em divulgar, com a máxima transparência e a máxima imparcialidade, as informações que constam neste reporte preliminar”, disse o atual comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) é o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. Leia a íntegra.

Simulação mostrou sistemas que foram ativados no painel nos minutos antes da queda (Foto: Reprodução/g1)

O acidente

O avião com 62 pessoas a bordo, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo. A VOEPASS liberou o nome das vítimas. O acidente envolveu um avião bimotor de passageiros, modelo ATR-72, que havia decolado de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo. A empresa apontou que ainda não se sabe como o acidente ocorreu. Todas as vítimas foram retiradas dos escombros e levados para o Instituto Médico Legal paulista, onde serão identificados.

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A PF utilizou um scanner 3D, uma tecnologia moderna, que acelerou a localização dos corpos. Ao g1, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, detalhou o processo. Primeiro, foi realizada uma perícia na parte externa da aeronave e, posteriormente, iniciou-se um trabalho “mais meticuloso” de recorte do bimotor para a retirada de partes que estão em locais de difícil acesso.

“A gente considera um documento, aparelho celular, posicionamento na aeronave, tudo isso para colaborar para a identificação. Considerando toda essa coleta de evidências, aí a gente retira o corpo, coloca no carro e leva para o IML de São Paulo para concluir a identificação”, explicou Cristo. Saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.



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