admin O advogado João Manoel Armôa Junior levou uma bronca de uma juíza após entrar sem camisa em uma videochamada realizada nessa quinta-feira (10). A magistrada da 2ª Vara Criminal de São Sebastião, no litoral sul de São Paulo, definiu a atitude de Armôa como “inadmissível”.
A videochamada era para a realização de um despacho virtual, que se trata de um atendimento online que permite que o advogado converse com o magistrado sem precisar de agendamento. O g1 obteve as imagens que mostram o momento em que a juíza percebe que Armôa está sem camisa e encerra o atendimento. “É o fim. Está registrando, está gravado, que o senhor veio despachar com uma juíza de direito sem camisa. Isso é inadmissível”, falou ela.
⏯️Advogado sem camisa em videochamada leva bronca de juíza
Advogado contou que está afastado por problemas médicos e que entrou na chamada “por impulso” para explicar que não poderia participar
📹Reprodução/ Mais Santos pic.twitter.com/HzR9ETqyps
— Metrópoles (@Metropoles) October 11, 2024
O advogado chegou a dizer “me perdoe” para a juíza. Ela, por sua vez, determinou que fosse expedido um ofício à Ordem dos Advogado do Brasil (OAB), veiculando o vídeo para que as medidas cabíveis fossem tomadas em relação a conduta de Armôa. Ele explicou à publicação que está afastado do trabalho por conta de um problema renal, mas continua instruindo os funcionários do escritório.
Além disso, ele disse que o link do despacho havia caído no lixo eletrônico do e-mail dele e a Vara Criminal entrou em contato por um aplicativo de mensagens. Armôa teria acessado o link para avisar que estava sem condições de fazer o despacho. Porém, a juíza logo começou a falar sobre ele estar sem camisa.
“Ela me julgou e desligou na minha cara a videoconferência […]. Eu não tive direito de nada. Na verdade, eu não ia despachar com ela daquele jeito”, afirmou ele. Armôa chegou a enviar uma justificativa e um atestado médico à Vara Criminal de São Sebastião. O documento atesta que ele estava com crises frequentes de cólica renal e foi atendido com urgência na quarta-feira (9). O laudo apontava que ele precisava de 20 dias de repouso absoluto.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informou em nota que o caso aconteceu em uma videoconferência agendada a pedido do advogado por volta das 10h de quinta-feira. No mesmo dia, às 13h47, a unidade judicial respondeu com o link para acesso à reunião, que ocorreria às 16h.
“O advogado já havia despachado com a magistrada no dia 18 a respeito do mesmo processo, tendo ciência da sistemática do procedimento”, declarou o órgão. A juíza determinou a expedição de ofício para a OAB ainda na quinta-feira. Segundo o TJ-SP, o cancelamento da reunião de despacho virtual pode ser feito por e-mail. Para isso, é preciso apenas informar a impossibilidade, sem ser necessária a apresentação de atestado médico ou outro documento. “Não há, até o momento, nenhum pedido na Corregedoria protocolado pelo advogado”, afirmou.
Já o presidente da OAB Santos, Raphael Meirelles, disse que desconhece a denúncia do caso. “Nossa instituição zela para que a relação, entre os atores do Judiciário e da Advocacia, precisa ter o devido respeito, incluindo a indumentária e comportamento de lado a lado”, falou ele. No entanto, o órgão afirmou que não tem permissão para divulgar as providências adotadas até que haja decisão condenatória irrecorrível que tenha penalizado o advogado com suspensão ou exclusão dos quadros do órgão.
De acordo com o g1, Armôa já foi preso pela Polícia Federal (PF), suspeito de envolvimento com quadrilha de tráfico internacional de drogas, no dia 16 de setembro de 2022, em Santos, São Paulo. Ele chegou a ser levado para o presídio de Tremembé e foi liberado após decisão da Justiça Federal de Santos, em 30 de março de 2023.
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