Sean “Diddy” Combs foi acusado de tentar “influenciar de forma corrupta” testemunhas e jurados de seu processo por crimes sexuais. Segundo documentos obtidos pelo Page Six e divulgados neste sábado (16), o rapper estaria “chantageando as vítimas” por meio de ligações. Todas elas são monitoradas pelo Centro de Detenção Metropolitano, no Brooklyn, em Nova York, onde ele está detido.
Os promotores federais alegaram que Diddy tem se comunicado com outras pessoas que não figuram entre os contatos com quem o artista tem permissão de conversar por meio de práticas ilegais. Para isso, ele teria usado as contas telefônicas de “pelo menos oito presos diferentes”, com o objetivo de dificultar o rastreio das ligações por parte dos promotores.
Conforme as autoridades, Combs estava pagando os outros detentos para usar suas contas por meio de aplicativos que processavam os pagamentos e depósitos em contas de refeitório. O rapper supostamente aproveitou os telefonemas para iniciar conferências em que outras pessoas, de números distintos, eram adicionadas às conversas.
“Essa prática também não é autorizada pelo Escritório de Prisões Federais (BOP), pois ajuda a ocultar as identidades dos interlocutores ‘secundários’”, afirmou o documento. “A repetida evasão do réu aos regulamentos do BOP — começando quase imediatamente após chegar ao MDC — fala muito sobre sua capacidade de cumprir quaisquer condições de liberação”, observou o texto.
Diddy também estaria aplicando uma nova abordagem durante suas ligações, como forma de tentar mudar a imagem pública com relação ao seu caso. Os promotores, inclusive, citaram como exemplo a comemoração feita pelos filhos do réu no dia do seu aniversário de 55 anos.
“Sob a direção cuidadosamente selecionada do réu, os filhos postaram um vídeo em suas respectivas contas de mídia social mostrando os todos reunidos para comemorar seu aniversário”, escreveram os promotores no processo judicial. O júri apontou, ainda, que Combs tem a intenção de “publicar anonimamente informações que ele acha que ajudarão sua defesa neste caso”.
“Esse tipo de interferência em um julgamento justo deixa claro que sua intenção é influenciar indevidamente o júri neste processo criminal”, argumentou. Por último, foi concluído que o suposto comportamento de Diddy “fornece a inferência clara de que o objetivo do réu é chantagear vítimas e testemunhas para que fiquem em silêncio ou forneçam depoimentos úteis à sua defesa”.
Julgamento
O fundador da Bad Boy Records foi detido em 16 de setembro, na cidade de Nova York (EUA), e está aguardando o julgamento, marcado para 5 de maio de 2025. Diddy foi acusado de extorsão, tráfico sexual, estupro e transporte de pessoas para prostituição. Os promotores afirmam que o rapper “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e esconder suas ações”.
Em setembro, Combs se declarou inocente, mas teve sua fiança negada duas vezes. Já na última semana, sua defesa entrou com um novo pedido de liberdade, propondo uma fiança “substancialmente maior” do que os US$ 50 milhões (R$ ) previamente oferecidos. Para mais detalhes sobre o caso, CLIQUE AQUI.
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