Brian Thompson, CEO da seguradora UnitedHealthcare, foi assassinado a tiros na última quarta-feira (4), em Manhattan. Ontem (9), a polícia da Pensilvânia prendeu Luigi Mangione, identificado como o principal suspeito do crime. Mangione estava com uma “arma fantasma”, que teria sido utilizada no homicídio e supostamente fabricada com uma impressora 3D.
Thompson foi morto em frente ao hotel Hilton Midtown, em Nova York. Após dias de buscas intensas — envolvendo helicópteros, cães farejadores, análise de imagens de câmeras e até mergulhadores —, Mangione, de 26 anos, foi localizado em um McDonald’s na cidade de Altoona, na Pensilvânia. Um funcionário do restaurante alertou as autoridades, levando à prisão do suspeito.
Durante a abordagem, a polícia encontrou a “arma fantasma” — uma pistola de 9 milímetros — dentro da mochila de Mangione. Também foram apreendidos um supressor e uma única bala solta. De acordo com Joseph Kenny, chefe dos detetives de Nova York, o modelo da arma apreendida corresponde ao usado no assassinato de Thompson.
Em uma coletiva de imprensa, Kenny afirmou que a pistola não tinha o número de série exigido por lei nos Estados Unidos, sugerindo que foi montada de forma caseira. “Pelo que sabemos até agora, a arma parece ser uma arma fantasma, que pode ter sido produzida em uma impressora 3D e capaz de disparar uma bala de 9 mm”, afirmou.
As evidências contra Mangione foram detalhadas em uma queixa criminal apresentada pelos policiais Tyler Frye e Joseph Detwiler, do Departamento de Polícia de Altoona. Segundo o documento, “os agentes localizaram uma pistola preta impressa em 3D e um silenciador preto“. A arma possuía “uma corrediça de metal e um cabo de plástico com um cano roscado de metal“.
As autoridades descreveram ainda que “a pistola tinha um carregador Glock carregado com seis cartuchos de nove milímetros de metal. Havia também um cartucho de ponta oca de nove milímetros solto. O silenciador também foi impresso em 3D“.
De acordo com informações da ABC, Kenny declarou que é cedo para determinar se Mangione fabricou a arma ou se a adquiriu de outra pessoa. A pistola será submetida a testes balísticos para confirmar sua procedência e se foi realmente utilizada no assassinato do CEO.
O crime
Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, participava de uma conferência de investidores em um hotel de luxo em Nova York quando foi assassinado. O executivo estava saindo do local quando um homem encapuzado e mascarado atirou contra ele, fugindo logo em seguida de bicicleta.
Investigadores encontraram cartuchos de bala na cena do crime com as palavras “negar”, “defender” e “depor”. A polícia acredita que isso seja uma referência ao livro “Delay, Deny, Defend (2010)”, de Jay Feinman, que aborda estratégias de seguradoras para evitar pagamentos de indenizações. Essa ligação sugere que o crime pode ter sido um protesto contra as práticas abusivas de empresas do setor, frequentemente acusadas de negar cobertura para tratamentos médicos essenciais, entre outras situações.
O atirador fugiu pelo Central Park, onde posteriormente foi encontrada uma bolsa contendo várias notas do jogo Banco Imobiliário. A descoberta intrigou os investigadores e reforçou a hipótese de uma motivação simbólica por trás do crime.
Ontem (9), a oficial do Departamento de Polícia de Nova York, Jessica Tisch, anunciou a prisão de Luigi Mangione, de 26 anos, identificado como o principal suspeito. Com ele, foram apreendidas uma arma fantasma, identidades falsas — incluindo uma usada para se hospedar em um albergue —, além de um manifesto de três páginas com críticas à indústria de seguros de saúde.
Embora o motivo do crime ainda não tenha sido totalmente esclarecido, o chefe dos detetives de Nova York, Joseph Kenny, afirmou que o manifesto indica um “sentimento de hostilidade do suspeito em relação às corporações norte-americanas“.
Os agentes viajaram para a Pensilvânia para interrogar Mangione, que inicialmente foi acusado de porte de arma no estado. Hoje, as autoridades de Nova York o indiciaram por assassinato em segundo grau, relacionado à morte do CEO.
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