O acidente que ocorreu entre um ônibus e um caminhão no sábado (21), na BR-116, no Leste de Minas Gerais, deixou três crianças órfãs de pai e/ou mãe. Segundo o g1, as famílias viviam na Grande São Paulo, e os responsáveis pelos menores não resistiram à tragédia.
Erinaldo Vieira do Amaral e Anailda Marinho dos Santos viajavam com a filha Laura, de 8 anos. Eles moravam em Taboão da Serra e passariam as férias em Caraíbas, cidade no interior da Bahia, onde tinham parentes. O casal acabou morrendo no acidente, mas a menina foi socorrida com vida e encaminhada para um hospital da região.
Laura permanece internada, sem previsão de alta. De acordo com os familiares, a criança sofreu queimaduras e está emocionalmente abalada, perguntando sobre os pais com frequência.
O mesmo aconteceu com a confeiteira Karine Boldrini. Ela estava no coletivo com o filho Pedro, de 7 anos, e sua companheira Milena Britto. A família também viajava para a Bahia quando o acidente ocorreu, e apenas o menino sobreviveu. Ele conseguiu se comunicar com os bombeiros e passou o nome do pai, que foi localizado pelas autoridades por meio de uma rede social.
O terceiro caso envolveu Max Borges do Santos e a filha Ingrid, de 13 anos. Eles moravam na capital paulista e estavam viajando para Vitória da Conquista, em solo baiano, onde passariam o Natal com os familiares.
O pai estava na primeira cadeira, atrás do motorista, e não resistiu aos ferimentos. Ingrid, por sua vez, foi socorrida com vida e levada a um hospital no município de Teófilo Otoni, onde foi internada.
Ainda ontem (22), Cássia Regina, mãe da adolescente e ex-companheira de Max, contou a ligação que existia entre pai e filha. “Ela era muito apegada a ele. Ele era um maravilhoso pai, ele era um maravilhoso filho, ele era um maravilhoso irmão, era muito querido pelos amigos, muito querido por todo mundo. Ele vai fazer muita falta, e minha filha vai sentir muita falta do amigo, principalmente, e eu também, porque ele era muito meu amigo”, lamentou ao g1.
Bebê de 1 ano morreu em acidente
Josinaldo Pereira e Bianca de Jesus Ferreira saíam de Mauá com destino para o interior da Bahia. O casal viajava junto com a filha de apenas um ano e dois meses, chamada Valentina. A família iria passar o Natal com os parentes de Bianca, mas ninguém sobreviveu ao acidente.
Segundo o irmão da mulher, Bruno Ferreira, os três quase permanecerem em São Paulo, pois não estavam conseguindo comprar as passagens. Ele disse, ainda, que falou diversas vezes com a irmã durante o trajeto, até que ela parou de responder.
“Eu levantei de manhã no sábado, mandei mensagem. Era oito e alguma coisinha, [falei]: ‘Bianca, já está onde? Já está chegando perto da Bahia?’. E nada de resposta. Deu meio-dia, eu, de novo: ‘Bianca, está aonde? Dá uma notícia’, e nada. Eu saí porque tinha um evento da igreja e chegando lá eu recebi a notícia que um ônibus que estava indo pra Bahia teve um acidente”, recordou Bruno.
Acidente deixa 41 mortos
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, 41 pessoas morreram e tiveram entrada no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte neste domingo (22). Doze vítimas já foram identificadas. Deste total, sete são do sexo masculino, incluindo um adolescente de 12 anos, e quatro do sexo feminino.
Até o momento, não foi divulgada a lista dos nomes reconhecidos. Os corpos passarão por perícia e a investigação vai apurar se todos eram ocupantes do ônibus. O condutor suspeito de causar o acidente está com a carteira de motorista apreendida há dois anos e não tinha autorização para dirigir. Ele é considerado foragido pela polícia, e o crime continua em estado de flagrante, já que as buscas ainda estão sendo realizadas.
O agente da PRF Fabiano Santana, que esteve no local, classificou o ocorrido como “uma tragédia sem precedentes para a região” e informou que a maior parte das mortes foi causada pelo incêndio do ônibus. A polícia ainda analisa como ele ocorreu.
As autoridades trabalham com a linha de investigação de que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou do caminhão. Notas ficais apontaram que a carga saiu do Ceará e seguia para o Espírito Santo. Para a PC, a hipótese é que ocorreu excesso de peso no transporte da peça. O indicativo é de responsabilidade do condutor da carreta.
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