admin Juliana Leite Rangel, jovem baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), segue estável, em estado gravíssimo. Maurício Mansur, chefe da equipe de neurocirurgia do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, atualizou o quadro de saúde da vítima, nesta quinta-feira (26), em entrevista à Globonews.
“Apesar de ser uma paciente jovem, é um caso extremamente grave, infelizmente ainda estamos em uma fase muito aguda, e não tem como prever nenhum quadro de melhora no momento. Ela encontra-se estável, aos cuidados da neurocirurgia e da terapia intensiva”, afirmou o médico. A jovem está em coma induzido no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, no Rio de Janeiro, e perdeu muito sangue. O tiro pegou de raspão próximo à orelha esquerda, o que causou lesões no crânio da vítima.
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Quadro da jovem baleada na cabeça por PRF é extremamente grave, diz neurocirurgião. “Ainda estamos numa fase muito aguda, não tem como prever nenhum quadro de melhora no momento”.
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A família de Juliana cogita transferência para um hospital particular, mas Mansur descarta a possibilidade, afirmando que isso poderia trazer ainda mais risco à saúde dela, e que a unidade é referência em trauma no estado. Ademir Claudino, advogado dos parentes de Juliana, revelou que pretende instituir um processo contra a União, por danos morais e materiais.
Entenda o caso
A vítima foi baleada na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, quando ia para Niterói, em uma comemoração de Natal. Outros quatro familiares estavam no carro e Alexandre Rangel, o motorista do veículo e pai da jovem, também foi atingido no dedo. “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha“, lamentou ele.
O Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre o caso e Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, condenou a ação. Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, relatou que os agentes afirmaram que ouviram tiros quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele, mas, depois, descobriram que tinham cometido um grave equívoco. A instituição se pronunciou oficialmente, por meio de um comunicado. Leia na íntegra:
“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais.
Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.“
Irmã faz relato emocionante
A irmã da jovem, que não estava no veículo baleado, deu um depoimento à Globonews. Muito abalada, ela relatou como recebeu a notícia. “Minha mãe me ligou falando que estava a caminho, ‘Jessica, a Juliana tomou um tiro, mataram ela’, aí eu não acreditei, botei a mão na cabeça e comecei a chorar“, emocionou-se.
“Ela chegou viva no hospital, isso já foi um alívio para mim. Estava com a cabecinha enfaixada, rosto inchado, o olhinho um pouco aberto. Falei palavras lindas para ela, coisas positivas. ‘Deus vai te tirar dessa, minha irmã‘”, completou ela.
Confira o relato:
“Ela está com a cabecinha enfaixada, rosto inchado. Falei palavras lindas para ela, coisas positivas. Deus vai te tirar dessa”, diz irmã da jovem baleada na cabeça por PRF, em Duque de Caxias, no Rio.
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