Uma criança de 1 ano e 8 meses, identificada como Igno Davi da Silva, morreu nesta quinta-feira (2) com suspeita de envenenamento. Ele é a segunda vítima fatal da família que passou mal na quarta-feira (1º) após consumir peixes recebidos no dia anterior, no conjunto Dom Rufino, em Parnaíba, litoral do Piauí. O adolescente Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, também faleceu após ingerir o mesmo alimento. Outros cinco familiares permanecem internados, sendo dois adultos e três crianças.
No total, nove pessoas da mesma família precisaram ser socorridas com sintomas de um possível envenenamento. Duas já receberam alta. Segundo o delegado Renato Pinheiro, todos passaram mal ontem e foram levados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). De acordo com o SAMU, Manoel Leandro faleceu ainda na ambulância.
“O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e, quando chegou, uma das vítimas estava apresentando um quadro de convulsão. Iniciaram o atendimento e identificaram um possível envenenamento. Toda a família estava apresentando sinais de intoxicação. Parte dos peixes foi apreendida para a perícia ser feita“, explicou Pinheiro.
Igno Davi era irmão de Ulisses Gabriel e João Miguel, de oito e sete anos, respectivamente, que faleceram em agosto de 2024 após ingerirem um caju envenenado. Ainda não se sabe se há conexão entre os casos. A mãe dos meninos, que também consumiu o peixe no dia 1º, permanece internada no Heda.
Na tarde desta quinta-feira (2), o delegado colheu o depoimento de um casal que faz a doação de comida na região e esclareceu a situação. “Eles [o casal] faz um trabalho filantrópico, fazendo ações. Doaram diversas cestas básicas aqui no bairro e também doaram cerca de 30 quilos de peixes, manjuba, que foram fornecidos pela associação de pescadores e todo ano eles fazem esse serviço, mas somente a família aqui que passou mal com o consumo desses alimentos“, disse Renato.
Perícia do IML analisa comida
O diretor do Instituto de Medicina Legal (IML), Antônio Nunes, confirmou que a perícia da Polícia Civil coletou material genético do estômago, sangue e urina de Leandro. Outras equipes colheram sangue e urina das vítimas internadas no Heda, que também serão analisados.
Uma equipe do IML também foi à residência da família e apreendeu os alimentos consumidos para determinar se há substâncias tóxicas neles. “Já conversamos com o delegado Renato Pinheiro e vamos envidar todos os esforços para que esse exame toxicológico saia o mais rápido possível“, garantiu Nunes à TV Clube, filial da Globo.
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