Nesta quinta-feira (16), Mark Lemley, advogado de Mark Zuckerberg e do grupo Meta, anunciou no BlueSky que “demitiu” tanto o CEO quanto a empresa como clientes. Em suas publicações, Lemley explicou as razões por trás da decisão e acusou Zuckerberg de promover masculinidade tóxica e ideais neonazistas.
O advogado, que também é professor de direito na Universidade de Stanford, tornou pública sua decisão após a polêmica participação de Zuckerberg no podcast de Joe Rogan. Durante o programa, o CEO afirmou que “a cultura corporativa precisa de mais energia masculina”.
Poucos dias depois, Lemley afirmou ter abandonado a representação da Meta em um processo de propriedade intelectual, decisão tomada após a empresa anunciar mudanças nos controles de conteúdo em suas redes sociais. “Tenho lutado para lidar com a queda de Mark Zuckerberg e do Facebook no abismo da masculinidade tóxica e da loucura neonazista. Embora tenha pensado em sair do Facebook, valorizo muito as conexões e amizades que construí por lá. Não parece justo perder isso porque Zuckerberg está enfrentando uma crise de meia-idade”, afirmou o advogado.
I have struggled with how to respond to Mark Zuckerberg and Facebook’s descent into toxic masculinity and Neo-Nazi madness. While I have thought about quitting Facebook, I find great value in the connections and friends I have here, and it doesn’t seem fair that I should lose that 1/4
— Mark Lemley (@marklemley.bsky.social) 13 de janeiro de 2025 às 18:46
Lemley também destacou que, embora tenha decidido continuar utilizando redes sociais, pretende reduzir significativamente seu consumo de conteúdo nas plataformas da Meta, como Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp. Além disso, anunciou medidas para se distanciar de qualquer associação com o CEO ou a empresa.
“Desativei minha conta no Threads. O BlueSky é uma ótima alternativa ao Twitter, e a última coisa de que preciso é apoiar um site semelhante, administrado por alguém aspirante a Musk”, declarou. “Não comprarei mais produtos anunciados no Facebook ou no Instagram. O algoritmo deles me conhece bem, e eu costumava comprar com frequência o que me era sugerido. A partir de agora, mesmo que me interesse por algo, farei a compra diretamente no site para garantir que o Facebook não receba crédito pela transação”, pontuou.
Por fim, Lemley anunciou que encerrou formalmente sua relação profissional com a Meta. “Eu demiti a Meta como cliente. Apesar de acreditar que eles estão no lado certo na disputa de direitos autorais envolvendo IA generativa, não posso mais, em sã consciência, representá-los”, concluiu.
On reflection, I have decided to stay on Facebook. But I am doing the following three things:
1. I have deactivated my Threads account. Bluesky is an outstanding alternative to Twitter, and the last thing I need is to support a Twitter-like site run by a Musk wannabe 2/4— Mark Lemley (@marklemley.bsky.social) 13 de janeiro de 2025 às 18:46
Histórico de polêmicas
Nos últimos anos, Zuckerberg promoveu mudanças no posicionamento da Meta. Apesar de ter banido Donald Trump de suas plataformas por “elogiar ações violentas no Capitólio em 6 de janeiro”, o CEO permitiu a reinstauração das contas do ex-presidente desde então.
Em agosto de 2024, Trump ameaçou publicamente enviar Zuckerberg para a “prisão perpétua”, acusando-o de ter manipulado as redes sociais contra ele nas eleições de 2020. Trump declarou que, caso isso se repetisse em 2024, o CEO seria punido. Após a reeleição de Trump, no entanto, a Meta doou US$ 1 milhão ao fundo destinado à sua posse.
A recente controvérsia envolvendo Zuckerberg ocorreu no último sábado (11), durante sua participação no podcast de Joe Rogan. Além de defender que a cultura corporativa “odeia a masculinidade” e que ambientes mais agressivos podem beneficiar os negócios, o CEO incentivou a sociedade a “celebrar a agressividade”.
“Estive cercado por mulheres a vida toda. Acredito que há algo de positivo na energia masculina. Claro, a sociedade tem muito disso, mas sinto que a cultura corporativa está tentando fugir. Todas as formas de energia são valiosas, e acho que celebrar um pouco de agressividade é algo positivo”, declarou.
Zuckerberg também reconheceu os desafios enfrentados pelas mulheres no ambiente corporativo, mas insistiu que a luta contra a presença masculina foi “longe demais”. “Uma coisa é criar um ambiente inclusivo para todos; outra é demonizar a masculinidade. Nossa cultura parece ter adotado essa visão de que a masculinidade é tóxica e deve ser eliminada. Não é o caso. Ambas as energias – feminina e masculina – são boas e necessárias”, completou.
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