Vídeo: Policial civil atira à queima-roupa em assessor parlamentar após discussão em hotel no RJ; imagens fortes

Vídeo: Policial civil atira à queima-roupa em assessor parlamentar após discussão em hotel no RJ; imagens fortes

[Atenção! Este texto contém imagens fortes] O assessor parlamentar da vereadora Vera Lins (Progressistas), Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, morreu no último dia 19, aos 49 anos. Ele foi baleado durante discussão de trânsito na entrada de um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Neste domingo (26), a TV Globo divulgou vídeos do momento, que mostram em detalhes como tudo ocorreu.

Marcelo estava hospedado com parentes no Hotel Wyndham desde o Réveillon. Na gravação, ele e o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão aparecem em frente ao local. Em meio à discussão sobre a entrada da garagem, a vítima se aproximou do agente, que sacou a arma e atirou à queima-roupa.

As câmeras de segurança também registraram os minutos antes e depois do crime. As imagens mostram que, às 2h37 do dia 19 de janeiro, o policial civil, investigador da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, chegou de carro à cancela do hotel.

Ele fica por três minutos tentando o acesso, mas não consegue entrar. Raphael, então, deixa a pick-up preta parada ali e sai. Às 2h42, o homem entra andando calmamente no corredor do apartamento. Um minuto depois, Marcelo chega com o carro branco e para atrás da pick-up.

Segundo testemunhas, o assessor parlamentar piscou o farol e depois buzinou algumas vezes. No entanto, o motorista já não estava mais dentro do veículo. Já às 2h46, o policial aparece novamente no corredor saindo de casa com dois cachorros. Após três minutos, as câmeras da frente do hotel mostram Raphael voltando do passeio com os animais.

Veja:

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Ele é avisado por um funcionário que também tenta entrar no estacionamento, mas é impedido pela pick-up. Foi neste instante, às 2h50, que Raphael e Marcelo começaram a discussão, já parecendo exaltados. De acordo com outras testemunhas, Marcelo questionou Raphael sobre os disparos após ser alvejado.

“Irmão, desnecessário. Não precisa disso”, teria dito uma testemunha. “Tentei falar com ele e agora deu nisso aí. Agora, chama a polícia”, disse o policial, supostamente. Conforme o g1, ele foi para casa trocar de roupas e ficou no hotel por mais 10 minutos antes de fugir por outra saída. Uma funcionária que controla a cancela identificou que era o carro de Raphael e não abriu a passagem. O homem, porém, acelerou o veículo e quebrou o obstáculo.

Policial quebrou cancela ao tentar fugir do local (Foto: Reprodução/g1 Rio)
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Já o prestador de serviço que estava próximo socorreu o assessor e chamou o Corpo de Bombeiros. O óbito de Marcelo foi atestado ainda no local. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) informou que a vítima foi morta após levar três tiros, sendo dois nas costas. Um deles atingiu o empresário de frente e transfixou o abdômen.

Os peritos constataram que a causa foi uma hemorragia interna provocada pelos disparos. Eles acrescentaram que os projéteis percorreram o corpo de Marcelo e provocaram perfurações em órgãos vitais, como fígado, rim, pâncreas, alças intestinais e estômago.

Laudo do IML mostrou onde Marcelo foi atingido pelos disparos (Foto: Reprodução/g1 Rio)
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A DHC pediu a prisão de Raphael, que vai responder por homicídio. Na decisão, o juiz afirmou que a agressão contra a vítima foi motivada por uma discussão banal e com extrema desproporcionalidade, o que aponta que o assassino é “extremamente violento”. Ele se apresentou à polícia na terça (21), e foi transferido para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, destinada a policiais civis e penais.

Já neste domingo (26), a defesa do agente afirmou que “não pode fornecer detalhes do caso, pois o inquérito policial não terminou e tramita em segredo de Justiça”. Os advogados também alegaram que “a partir da análise das provas a que teve acesso, Raphael agiu em legítima defesa para repelir uma injusta agressão iminente, com o intuito de preservar sua vida”.

Em seguida, eles salientaram que Raphael é policial civil há 16 anos, com mais de 10 menções honrosas na corporação, possui endereço fixo e se apresentou espontaneamente na delegacia. A Polícia Civil disse que a investigação está em andamento e que não compactua com qualquer desvio de conduta, cometimento de crimes ou abuso de autoridade praticados por servidores.

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Na sexta-feira (24), o procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, recebeu a viúva e o filho do empresário. Durante a reunião, ele assegurou que todas as informações relacionadas à investigação serão compartilhadas com os familiares de Marcelo. “O caso chocou a opinião pública pela sua brutalidade. O Ministério Público está empenhado em dar uma resposta”, declarou.

Ao g1 e à TV Globo, a família da vítima admitiu que ainda “não tem condições de se manifestar diante da tamanha crueldade”. O comunicado dos parentes acrescenta que “neste momento, por cautela, aguaremos o fim das investigações, com o objetivo de preservar a segurança de toda a família que está insegura e com medo, diante desse crime bárbaro que tirou a vida de um homem trabalhador, que deixa esposa, filho e centenas de amigos”. Por fim, eles pediram que “a justiça seja feita e que o culpado pelo seu brutal assassinato seja condenado”.

Marcelo teve uma hemorragia interna provocada pelos disparos (Foto: Reprodução/TV Globo)



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