A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu em flagrante, nesta quarta-feira (29), o padrasto e a mãe de um bebê de 11 meses, sob suspeita de envolvimento na morte do menino. Sidney da Silva Ferreira e Rayane Rocha dos Santos, ambos de 21 anos, foram à UPA do Complexo da Maré com a criança, identificada como Arthur Victor dos Santos, já inconsciente.
O bebê chegou à unidade apresentando diversos sinais de maus-tratos, incluindo hematomas pelo corpo, queimaduras e uma lesão na cabeça. Apesar dos esforços da equipe médica para reanimá-lo, Arthur não resistiu aos ferimentos e faleceu. Conforme o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), a causa da morte foi “traumatismo craniano provocado por ação contundente, com hemorragia e edema cerebral“.
Em nota divulgada pelo jornal O Globo, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que a direção da UPA Maré relatou que “Arthur deu entrada na unidade na terça-feira (28/01), em parada cardiorrespiratória, com sinais de trauma cranioencefálico. Apesar de todos os esforços da equipe multidisciplinar, não houve êxito na reanimação“.
A Polícia Civil prendeu em flagrante a mãe e o padrasto de um bebê de 11 meses. Ele foi espancado e morreu com mais de 20 lesões pelo corpo. #BalançoGeralRJ
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— Tino Junior (@tinojunior) January 30, 2025
Grávida, a mãe do bebê declarou em depoimento à polícia que estava ciente das lesões sofridas pelo filho, mas não denunciou o companheiro por medo. Rayane também afirmou que “o padrasto teria chutado a sua outra filha de dois anos e queria instalar câmeras na casa para vigiar as crianças, pois morria de medo de ficar perto do Sidney“.
A delegada responsável pelo caso, Fernanda Caterine, explicou o porquê da mãe responder pelos mesmos crimes que o padrasto e destacou que, se não fosse a atitude de Rayane, Arthur não teria morrido.
“Isso (o depoimento) demonstra a omissão dela. Ela era a mãe, tinha o dever de agir. Se não fosse a omissão dela, esta criança estaria viva. Então, ela também vai responder pelos mesmos crimes do padrasto. O perito entrou em contato conosco, e essa comunicação rápida foi fundamental para a prisão“, declarou, segundo o jornal O Globo.

Em seu depoimento, o padrasto inicialmente alegou que Arthur havia caído acidentalmente de uma cama com aproximadamente 50 centímetros de altura. No entanto, os ferimentos apresentados pelo menino não condiziam com essa versão.
Após ser questionado pelos policiais, Sidney mudou sua narrativa, afirmando que a morte do bebê ocorreu de forma acidental quando ele caiu com o enteado no colo ao descer uma escada. Ele também disse que, durante a queda, seu celular havia quebrado. Mas, novamente, a polícia identificou inconsistências nesse novo relato, já que o padrasto não apresentava machucados e o celular não estava danificado.
Diante das contradições nas declarações do casal, as autoridades policiais efetuaram a prisão dos dois, confirmando os maus-tratos sofridos pelo bebê. Rayane e Sidney irão responder por homicídio qualificado e crime hediondo.
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