Um novo vídeo do tiroteio na escola em Örebro, cidade a 200 km de Estocolmo, capital da Suécia, ocorrido nesta terça-feira (4), mostra momentos assustadores do ponto de vista de uma testemunha que estava escondida no banheiro. Hashem Shams filmou a situação enquanto estava sentado no vaso sanitário do local.
É possível ouvir uma pessoa gritando do lado de fora, enquanto o atirador Rickard Andersson prossegue com o ataque. Segundo a TV4 Media, na Suécia, a pessoa teria gritado ‘Vocês deveriam deixar a Europa‘.
Assista:
Entenda o caso
Uma escola em Örebro, cidade a 200 km de Estocolmo, capital da Suécia, sofreu um ataque a tiros nesta terça-feira (4). De acordo com as autoridades, onze pessoas morreram e seis ficaram feridas. O ataque ocorreu em um campus com várias escolas, tanto para crianças quanto para adultos. O autor, identificado como Rickard Andersson, atirou contra si mesmo e não possuía antecedentes, mas tinha licença para porte de armas.

Conforme as primeiras informações, ele teria poupado a vida de algumas pessoas que estavam em seu caminho. As autoridades afirmaram que não há motivação terrorista por trás do massacre. O atirador não tinha condenações anteriores, não era conhecido pelas forças de segurança antes do tiroteio e não tinha ligação com nenhuma gangue. A tragédia está sendo investigada como “tentativa de homicídio, incêndio premeditado e crime agravado com armas”.
Fontes ouvidas pelo jornal sueco Aftonbladet revelaram que Andersson parecia “não gostar muito de pessoas, não tinha emprego e estava solitário nos últimos anos”. “Ele tinha um amigo com quem saía muito, mas não agora”, afirmou um parente. O homem ainda foi definido como alguém recluso que gostava de ficar sozinho.
Os demais familiares reforçaram, ainda, que Andersson se afastou de todos e passou por momentos difíceis. Já o brasileiro Lucas Silva, de 25 anos, que era vizinho do suspeito, relatou que ele era tranquilo e educado. O engenheiro garantiu que não tinha intimidade com o responsável pelo ataque na escola, mas sempre encontrava com ele nas áreas comuns do prédio.
“A gente se via e ele me cumprimentava, sempre falava comigo no elevador, dava boa tarde, boa noite. Parecia ser uma pessoa tranquila e muito educada”, descreveu ao UOL. Por fim, o brasileiro alegou nunca ter notado algo estranho no apartamento do atirador. “Nunca ouvi ele gritando ou algo assim. Sempre foi muito respeitoso. Fiquei muito surpreso de forma negativa ao descobrir que o meu vizinho poderia cometer isso a qualquer momento”, confessou.
Assista ao momento:
De acordo com uma declaração do primeiro-ministro Ulf Kristersson, este foi o “pior tiroteio em massa da história” da Suécia. O hospital local está em estado de emergência e a polícia afirmou, em nota, que o perigo ainda não acabou, e pediu para que moradores mantenham distância do local.
Os feridos seguem internados. Três mulheres e dois homens passaram por cirurgias e estão em condição grave, mas estável. Laura cursa o nível fundamental de sueco na escola e tinha aula até 14h45. O ataque ocorreu no centro de educação para adultos Risbergska, na cidade de Orebro, região central da Suécia, a 200 km de Estocolmo. Ele foi reportado às autoridades às 13h no horário local (9h no horário de Brasília).
A estudante brasileira Laura Noda, de 27 anos, foi uma das pessoas a se salvar do ataque. Nesta quinta (6), ao UOL, ela explicou como conseguiu escapar com vida após se trancar junto aos colegas de classe na sala de aula. Ela contou que saiu da sala para ir ao banheiro pouco antes dos tiros começarem. “Eu tinha aula das 12h30 às 14h45 na terça. Saí da sala para ir ao banheiro e por sorte voltei um pouco antes dos dois primeiros tiros. Assim que ouvimos, nos olhamos confusos e achamos que eram portas batendo ou mesas caindo em outra sala. Mas começaram mais tiros e uma colega de classe veio correndo para avisar que tinha algo grave acontecendo”, recordou.
Foi então que eles decidiram se trancar no local. O grupo ainda se escondeu ao ouvir os disparos vindos do corredor. “Trancamos as duas portas, colocamos cadeiras e mesas para ajudar, e casacos para tampar um vidro que dava para ver do lado de fora da sala. Eram muitos tiros acontecendo, parecia muito perto da nossa sala, mas só descobrimos depois que os tiros estavam sendo disparados no nosso corredor”, descreveu ela.

Laura e os colegas não se feriram. Todos aguardaram trancados por duas horas até serem liberados pela polícia. Eles deixaram a escola pela saída de emergência. “Foram duas horas trancada. Nesse tempo eu só mandava mensagem para o meu noivo, que estava esperando do lado de fora da escola, porque assim que os tiros começaram eu já avisei a ele”, disse.
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