Na madrugada desta sexta-feira (14), usuários de celulares com sistema operacional Android que estavam em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo foram surpreendidos por um alerta de terremoto. O aviso, enviado pelo Google, indicava um tremor no mar próximo a Ubatuba (SP), mas a informação era falsa. Após o ocorrido, a empresa anunciou que desativou o sistema de alerta de terremotos no Brasil e afirmou que está investigando o caso.
O alerta gerou confusão entre os moradores das regiões afetadas, já que nenhuma instituição oficial confirmou a existência de um terremoto. A Universidade de São Paulo (USP) esclareceu que a notificação era falsa, enquanto a Universidade de Brasília (UnB) e a Defesa Civil de São Paulo informaram que não registraram nenhuma atividade sísmica.
Apesar de a mensagem ter sido enviada para diversos celulares, ela não tem qualquer relação com os alertas sobre eventos climáticos extremos que são emitidos pela Defesa Civil. Esses avisos fazem parte de um sistema desenvolvido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e são independentes do serviço do Google.

Diante da situação, a diretora da divisão de respostas da Defesa Civil do Estado de São Paulo, major Michele César, reforçou a importância da confiabilidade nesses alertas. “É necessária a credibilidade do alerta enviado”, afirmou nesta sexta-feira.
A major também destacou que as autoridades estão buscando entender o que causou a falha: “Nesse momento, está sendo apurado de onde partiu esse alerta, qual a origem, para que a gente possa minimizar ou mitigar futuros alertas que possam confundir a população paulista”.
O que diz o Google
Após o ocorrido, o Google divulgou uma nota explicando o funcionamento do sistema e se desculpando pelo erro: “O Sistema Android de Alertas de Terremoto é um sistema complementar que usa celulares Android para rapidamente estimar vibrações de terremotos e oferecer alertas para as pessoas. Ele não foi desenhado para substituir nenhum outro sistema de alerta oficial. Em 14 de fevereiro, nosso sistema detectou sinais de celulares em localização próxima ao litoral de São Paulo e disparou um alerta de terremoto aos usuários na região. Nós desativamos prontamente o sistema de alerta no Brasil e estamos investigando o ocorrido. Pedimos desculpas aos nossos usuários pelo inconveniente e seguimos comprometidos em aprimorar nossas ferramentas”.
Como funciona o sistema de alertas de terremoto do Google
O Google utiliza um sistema baseado nos próprios celulares dos usuários para detectar possíveis terremotos. Essa tecnologia aproveita os acelerômetros dos dispositivos, pequenos sensores capazes de identificar vibrações e movimentos, segundo a empresa.
Quando o acelerômetro detecta uma movimentação que pode indicar um terremoto, ele envia um sinal automaticamente para os servidores do Google, sem necessidade de ação do usuário. “O servidor então combina informações de muitos telefones para descobrir se um terremoto está acontecendo. Essa abordagem usa os mais de 2 bilhões de telefones Android em todo o mundo como mini sismógrafos [aparelhos usados para a monitorar tremores de terra]”, diz o Google.

Nos Estados Unidos, o sistema funciona de maneira diferente. Em estados como Califórnia, Washington e Oregon, os alertas são baseados em dados do Serviço Geológico, do governo federal, especializado no monitoramento de atividades sísmicas.
Tipos de alertas do Google
O sistema do Google conta com dois tipos de alerta para terremotos. Um deles é mais discreto, semelhante a uma notificação comum, enquanto o outro é mais invasivo e tem como objetivo chamar a atenção do usuário em casos mais graves.
Esteja ciente do alerta: funciona como qualquer outra notificação do celular, respeitando as configurações de volume e o modo ‘não perturbe’.
Alerta de ação: utilizado para tremores mais intensos, esse aviso ativa a tela do celular e emite um som alto, mesmo que o aparelho esteja no modo silencioso. O objetivo é garantir que o usuário tome medidas de segurança imediatamente.
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