Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três pessoas da mesma família com bolo envenenado, foi transferida de presídio na última quinta-feira (6). Segundo a polícia, ela estava no Presídio Feminino de Torres e foi para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba por questões de segurança. A moça ainda deixou um bilhete antes de ser encontrada morta, nesta quinta (13).
A decisão da polícia
As autoridades salientaram que o local em Guaíba, no Rio Grande do Sul, tinha mais estrutura em meio à repercussão do caso. Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro. Conforme o g1, os advogados dela já tinham alertado à direção da penitenciária sobre a possibilidade da mulher tirar a própria vida.
A defesa também disse que fez vários requerimentos para que Deise tivesse atendimento médico e psicológico, principalmente depois que foi transferida para Guaíba. A Polícia Penal, por sua vez, afirmou que ela “recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde”.
A corporação acrescentou que três psicólogos fazem o atendimento, e que “a rotina de inspeção é permanente”, com revistas diárias nas celas. Ainda de acordo com a polícia, os itens presentes onde Deise ficava “não ofereciam riscos“. Seriam eles cama, vaso sanitário, chuveiro e pia, além do uniforme prisional, roupas de cama, livros, cartas e objetos de higiene pessoal.

Bilhete encontrado e aviso
Deise dos Anjos escreveu um recado antes de ser encontrada morta dentro da cadeia. Os detalhes foram dados pelo chefe da Polícia Civil, o delegado Fernando Sodré, em entrevista à RBS TV. “Ela deixou um escrito, que nós estamos apurando ainda detalhes, no local. Tipo um desabafo, se dizendo inocente, dizendo que era uma pessoa que estava em sofrimento, em depressão”, relatou.
A reportagem também reforçou a preocupação da família da suspeita sobre suicídio, um dia antes da tragédia. Um advogado da família de seu marido foi ao presídio e informou a decisão do homem em formalizar o divórcio. A partir daí, Deise teria apresentado alterações no comportamento.
Prisão
Por fim, a defesa de Deise salientou que a polícia havia solicitado a conversão da prisão temporária em prisão preventiva, na terça-feira (11). O pedido tinha sido aceito pelo Ministério Público e estava em análise pelo Poder Judiciário. Caso fosse concedido, ela iria sair da cela em que estava em isolamento e seria colocada em uma galeria com outras detentas. A possibilidade, porém, teria preocupado a suspeita, como apontou a defesa.
Investigações
Deise respondia por quatro homicídios e duas tentativas de homicídio, em dois casos. De acordo com Fernando Sodré, as investigações seguirão normalmente e os inquéritos serão concluídos.
A causa da morte de Deise ainda é investigada, mas a suspeita é de suicídio, informou a Polícia Penal. Deise era a principal envolvida no caso do bolo envenenado, que resultou na morte de três pessoas da mesma família em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, em dezembro do ano passado.
Além disso, ela também estava sendo investigada pelas mortes do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro de 2024, e do próprio pai José Louri da Silveira Moura, em 2020. Paulo faleceu após consumir banana com leite em pó, e José teve como causa da morte, cirrose.
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