Gustavo Vinicius de Moraes Santos, um dos suspeitos na morte de Vitória Regina, falou sobre seu envolvimento com a vítima. Em entrevista a Roberto Cabrini, no Domingo Espetacular deste domingo (9), ele negou que os dois estavam namorando e disse que sua relação com a adolescente era algo casual. O rapaz também informou que eles tinham combinado de se encontrar no dia em que Vitória desapareceu.
Nas palavras de Gustavo, ele e a jovem eram apenas “ficantes”. “Minha relação com a Vitória não era nenhuma, porque eu só fiquei com ela duas vezes. Dessas duas vezes que fiquei com ela, nós paramos de conversar. Quando foi um dia, ela reagiu a um status meu e eu [disse] apenas: ‘Como é que está?’. E ela: ‘Eu não estou namorando mais. Estou solteira’. Foi aí que nós conversamos”, explicou.
O suspeito também contou uma conversa que teve com Vitória horas antes dela sumir em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. “Ela me chamou para levá-la embora. Querendo se encontrar comigo para eu levar ela pra casa, pois o carro do pai dela estava quebrado e ela estava com medo de subir [pra casa] sozinha”, relatou.
As investigações apontaram que Gustavo estava próximo à área onde a adolescente de 17 anos foi vista pela última vez. “Você estava onde?”, quis saber Cabrini. “Eu estava na casa de uma pessoa ali pra baixo da vila”, afirmou. Ao ser questionado pelo jornalista sobre a suposta participação no crime, o rapaz respondeu: “Meu envolvimento foi por questão que eu conversei com ela horas antes dela sumir”.

Gustavo salientou que não sabe quem matou Vitória e garantiu que não está envolvido no delito. Além disso, ele descreveu parte de seu depoimento à polícia. “Eles perguntaram com quem eu estava na hora, com que roupa eu estava, a hora que eu desci pra casa da menina que eu estava ficando”, narrou.
Em seguida, o suspeito destacou que tem um álibi para provar sua inocência. “Consigo [provar]. Eu estava com uma pessoa só, dormindo na casa da Ana. A Ana é a pessoa que eu estava ficando”, concluiu. Também em entrevista ao dominical, o advogado de Gustavo apontou que a vida de seu cliente foi “injustamente transformada e que irá provar a inocência dele”.
Assista à íntegra:
Em depoimento à polícia, Gustavo alegou que não tinha qualquer contato com a vítima há quatro meses. As autoridades, porém, apontaram que o rapaz esteve perto do local onde ela desapareceu. “Num primeiro momento, em conversa com os policiais, ele disse isso. Quando ele vê que foi contraditado com as ERBs (estação rádio base), ele muda a versão e diz que estava em uma casa próxima junto com outra testemunha”, expôs Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil da Grande São Paulo.
O que diz o pai da vítima
Carlos Alberto de Souza, pai de Vitória Regina, conversou com Roberto Cabrini e desabafou sobre a suposta motivação do crime: “Ciúmes, pode ser. Inveja, pode ser. O Gustavo, que era o ex-namorado, não posso nem falar nada dele, porque tinha pedido para ela romper o namoro. Ela falou para mim que tinha rompido e este daqui (um outro ficante), eu também não posso falar, porque eu nem sabia que existia”, declarou.
“Fiquei sabendo só depois que ela estava ficando com ele. Fizeram tudo aquilo, raspar a cabeça, para jogar para o Tribunal do Crime”, continuou o pai. Carlos Alberto também falou a respeito de Matheus, testemunha que estava no ônibus com Vitória e também foi investigado pela polícia.
“É uma pessoa que cada hora tem uma versão. Como é que você confia numa pessoa dessas? Eu desconfio dele sim“, cravou. Por fim, o homem se pronunciou sobre sua reação à tragédia. “Estão vindo muitas mensagens pela internet que eu não estava nem ligando, que não viram soltar uma lágrima, só que não sabem que estou passando isso pela segunda vez. É o segundo filho meu que eu enterro”, lamentou.

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