A família de Gugu Liberato (1959-2019) tomou uma nova medida na Justiça contra Ricardo Rocha, que tenta comprovar ser filho do apresentador. Após dois exames de DNA confirmarem a ausência de parentesco, os herdeiros pedem a condenação de Rocha por “má-fé” e uma indenização milionária.
Mesmo após dois exames de DNA descartarem qualquer vínculo biológico entre os dois, Rocha entrou com um pedido de exumação do corpo do apresentador. Ele argumenta que Gugu não seria filho biológico de Maria do Céu Morais Liberato, e que, por isso, os testes teriam dado negativo.
De acordo com o jornalista Gabriel Perline, do Splash UOL, a nova tese levantada por Ricardo revoltou os herdeiros, que entraram na Justiça pedindo sua condenação por litigância de má-fé. Eles também solicitam que o comerciante pague uma indenização que pode ultrapassar os R$ 100 milhões.
Disputa judicial
O empresário surgiu na batalha pela herança em junho de 2023, travando a partilha dos bens ao fazer exigências sobre os exames de DNA. Ele solicitou que sua amostra genética fosse comparada com as de Maria do Céu e dos irmãos de Gugu, Aparecida e Amandio Liberato. Os testes foram realizados em dezembro de 2024 e confirmaram que não havia parentesco, levando a Justiça a excluí-lo do processo e a liberar a divisão do patrimônio entre os beneficiários do testamento.
No entanto, em fevereiro deste ano, Rocha apresentou um recurso pedindo a exumação do corpo do apresentador, a interdição da sepultura e o bloqueio dos bens. Sua justificativa é a de que Gugu não seria filho biológico de Maria do Céu, tese que, segundo a defesa da família Liberato, não passa de uma tentativa desesperada de reverter o resultado dos testes.

Com a nova investida de Ricardo, os advogados dos herdeiros decidiram tomar medidas mais firmes. Eles apontam que o vendedor de carros tem causado constrangimento e prejuízos financeiros e psicológicos à família.
Segundo o Splash, no dia 12 de fevereiro, as defesas dos Liberato entraram com novos documentos no processo. A família está representada por dois escritórios: Carlos Regina cuida dos interesses de João Augusto di Matteo Liberato, Maria do Céu, os irmãos e os sobrinhos de Gugu; já Nelson Wilians defende as gêmeas Marina e Sofia di Matteo Liberato.
Ambos os escritórios pediram que a Justiça impeça a exumação e condene Ricardo Rocha. De acordo com eles, o vendedor de carros descumpriu os compromissos assumidos durante o processo. Os advogados afirmam que, em uma audiência realizada em 9 de setembro de 2024, ele teria concordado em não seguir com a exumação do corpo caso seu material genético fosse comparado ao de dona Maria e de seus dois filhos.
“Em que pese ter assumido pessoalmente o compromisso perante todos, diante dos resultados negativos dos exames de DNA, o autor descumpre o acordo ajustado exigindo medida mais gravosa para induzir o reconhecimento do vínculo biológico que já se comprovou inexistente, tudo às custas do constrangimento moral e patrimonial dos réus”, diz o documento apresentado pelos advogados da família.

A equipe jurídica da família afirma que não há indícios do vínculo biológico de Ricardo com Gugu: “Além da produção de provas, o autor também pleiteia o bloqueio parcial do patrimônio deixado pelo de cujus e a manutenção das garantias oferecidas nestes autos. Excelência, a má-fé do autor é evidente. A presente demanda foi inaugurada com a apresentação de fatos dissociados da realidade, sem um mínimo de indício a embasar as alegações apresentadas, tudo para forçar o vínculo biológico entre o Autor e Gugu o que, como visto, provou-se inexistente”.
Os advogados também destacam que Rocha, ao perceber que não conseguiria comprovar o vínculo com Gugu, mudou sua argumentação e passou a dizer que o apresentador seria adotado, tese que classificam como um devaneio sem provas.
O impacto financeiro da disputa
Quando entrou com sua ação, o empresário estipulou um valor de R$ 1.000 para a causa, o que significava que, caso perdesse, teria que pagar apenas essa quantia. No entanto, devido aos prejuízos que a família afirma ter sofrido, os advogados pediram a revisão do valor do processo para R$ 250 milhões, valor correspondente à fatia da herança que Rocha reivindica.
“Considerando a natureza reipersecutória da presente ação, bem como a cumulação de pedidos patrimoniais consistentes no bloqueio dos bens transferidos aos herdeiros testamentário do de cujus, nos termos do art. 292, §3º, CPC, requer-se a alteração do valor da causa de ofício para que corresponda ao proveito econômico pretendido pelo autor, qual seja, ¼ (um quarto) dos bens e direitos deixados por Gugu ou, no mínimo, o valor equivalente a soma dos imóveis oferecidos em garantia pelos réus, intimando-se o autor para complementar as custas correspondentes”, diz o documento.

A equipe dos herdeiros também pede que ele seja condenado a pagar 20% desse valor em honorários advocatícios, o que resultaria em uma dívida de R$ 50 milhões para cada um dos escritórios de advocacia que representam os Liberato, totalizando R$ 100 milhões.
A família do apresentador também pede que Rocha seja condenado por litigância de má-fé, um crime que não resulta em prisão, mas impõe ao condenado o pagamento de uma multa que pode variar de 1% a 10% do valor da causa. Isso significa que ele poderá ser obrigado a pagar entre R$ 2,5 milhões e R$ 25 milhões.
Os advogados da família e de Ricardo Rocha foram procurados, mas apenas Nelson Wilians, representante de Marina e Sofia, respondeu até o momento. Ele afirmou que não poderia entrar em detalhes por se tratar de um processo que corre em segredo de justiça.
“Os supostos abusos processuais mencionados ocorreram no mesmo processo, no qual o sr. Ricardo Rocha, apesar da paternidade já ter sido afastada por meio de exames de DNA, persiste em apresentar uma nova tese, sem qualquer fundamentação concreta, baseando-se apenas em especulações. Eventuais medidas de reparação serão avaliadas pela família de Gugu Liberato após a conclusão do processo em curso”, disse Wilians ao Splash.
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