A investigação sobre o assassinato de Vitória Regina, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo, teve uma reviravolta nesta sexta-feira (14). A Polícia Civil agora trabalha com a hipótese de que Maicol Antonio Sales dos Santos, único preso até o momento, pode ter agido sozinho no crime. O homem, que já era apontado como suspeito central na investigação, teria perseguido a jovem desde agosto de 2024, monitorando seus passos e arquivando registros dela em seu celular.
A perícia realizada no telefone de Maicol trouxe elementos que reforçam a suspeita contra ele. O aparelho foi analisado com um software especializado, capaz de recuperar arquivos apagados, revelando imagens e vídeos da jovem armazenados desde agosto de 2024.
Além disso, os investigadores encontraram um print de uma publicação feita por Vitória na noite do desaparecimento, em que ela avisava que estava voltando para casa. Para a polícia, isso sugere que Maicol monitorava os passos da vítima em tempo real. No celular, também foram encontradas fotos de outras mulheres parecidas fisicamente com Vitória, o que levou os peritos a classificá-lo como um stalker — termo que define indivíduos obcecados por perseguir suas vítimas.

Inicialmente, a polícia solicitou a prisão de dois outros homens — o ex-namorado de Vitória e um amigo dele —, mas a Justiça negou o pedido. Embora ainda sejam investigados, as suspeitas contra eles perderam força após novas evidências apontarem para Maicol como o principal responsável.
O sequestro
Vitória desapareceu na noite de 26 de fevereiro, após sair do trabalho em um shopping da região e seguir seu trajeto habitual para casa. Imagens de câmeras de segurança mostram que a jovem foi abordada por dois homens em um carro enquanto aguardava o ônibus. Desconfiada, ela chegou a enviar mensagens para uma amiga relatando o incômodo com a atitude deles.
Momentos depois, outros dois homens se aproximaram e ficaram no mesmo ponto. Os três embarcaram no ônibus, mas, segundo a jovem, desceram antes dela. O motorista do coletivo confirmou que Vitória desceu sozinha em uma estrada de terra no bairro Ponunduva, onde morava com a família. Esse foi o último local onde foi vista.

Câmeras de segurança registraram o veículo de Maicol, um Toyota Corolla prata, circulando pela área onde Vitória desapareceu. Segundo as investigações, ele teria seguido a vítima até o ponto de ônibus e a sequestrado ao descer do transporte.
A investigação aponta que Vitória foi mantida em cativeiro antes de ser assassinada. Segundo laudos preliminares, ela foi torturada e teve os cabelos raspados. A perícia trabalha com a hipótese de que a jovem tenha sido violentada sexualmente antes de ser morta por um corte profundo no pescoço, que causou hemorragia fatal. O corpo foi encontrado uma semana depois, em uma área de mata em Cajamar.
A polícia aguarda o resultado de exames para determinar se o sangue encontrado no carro e na casa de Maicol pertence à jovem. Os laudos devem ser entregues na próxima segunda-feira (18).
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