Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessou ter assassinado Emilly Beatriz de Azevedo Sena, de 16, para ficar com o bebê que a adolescente esperava. Segundo informações do UOL, a criança recebeu alta hospitalar na sexta-feira (14) e será criada pela avó materna.
A recém-nascida estava internada desde que Nataly deu entrada no hospital alegando ter dado à luz. No entanto, um teste de DNA realizado após a prisão da suspeita confirmou que a bebê era, na verdade, filha de Emilly.
Após a revelação do crime, a criança precisou retornar ao hospital para correção na certidão de nascimento e realização do teste do pezinho. Agora, está sob os cuidados da avó, mãe de Emilly. Segundo a advogada da família, Joseilde Soares Caldeira, a bebê recebeu alta ainda na sexta-feira e passa bem.
Relembre o caso
Nataly Helen Martins fingiu estar grávida por meses, chegando a organizar um chá de revelação para anunciar o suposto sexo do bebê. No dia do crime, ela atraiu Emilly com a promessa de doar roupas para o enxoval da criança. Nataly explicou que conheceu a vítima em um grupo de gestantes.
A adolescente, que morava em Várzea Grande (MT), desapareceu após ir até Cuiabá buscar as doações. Seu corpo foi encontrado dias depois, enterrado em uma cova rasa. A jovem estava amarrada, apresentava sinais de estrangulamento e tinha a barriga cortada.
A suspeita foi presa depois de levantar suspeitas da equipe médica ao chegar ao hospital com a recém-nascida, sem apresentar qualquer sinal de parto recente. A polícia, desconfiada da relação entre a bebê e o desaparecimento de Emilly, iniciou as investigações que levaram à descoberta do crime.
Em depoimento à polícia, ela detalhou suas ações. “Eu estava procurando na rua, em casas de abrigo, pessoas que não queriam ter neném porque eu queria ser mãe novamente e eu não posso. Só que eu não achei, e tive essa oportunidade infeliz“, declarou. Nataly disse que deu um mata-leão na adolescente e chegou a pedir desculpas desculpas. “Ela acordou e eu pedi desculpas, falei que ia cuidar da neném, aí eu a enforquei com um fio“, explicou. Ela afirmou ter asfixiado Emelly com um fio depois de imobilizá-la.
Nataly e seu marido foram presos em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. No entanto, ele foi liberado após a mulher afirmar, em depoimento, ter agido sozinha. Outras duas pessoas chegaram a ser detidas, mas foram liberadas enquanto a polícia segue investigando se houve participação de cúmplices.
À polícia, Nataly declarou ter sofrido abortos espontâneos, mas escondeu a verdade da família porque sonhava em ser mãe novamente. Ela também admitiu ter cavado a cova antes da chegada de Emilly ao local.
A defesa da acusada solicitou uma avaliação de sua saúde mental. O advogado Icaro Vione de Paula afirmou que o pedido de reconhecimento de insanidade mental visa garantir que “a justiça seja aplicada de forma correta e compatível com a realidade dos fatos”.
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