O ator Marco Pigossi confessou que sempre sonhou em ser pai, mas que não planeja aumentar a família por enquanto. Em entrevista ao gshow, divulgada nesta terça-feira (25), ele contou que, embora tenha essa vontade desde a infância, a decisão se tornou mais complexa diante das “incertezas do mundo e da necessidade de planejamento”.
Casado desde setembro de 2024 com o cineasta Marco Calvani, Pigossi destacou que para casais homoafetivos a parentalidade exige um processo consciente. “Sempre quis ser pai, sempre, desde menino. Sempre gostei de criança e tive essa vontade, muito mais por mim. Hoje em dia já não sei, não é agora. A diferença entre um casal homossexual e heterossexual é que não acontece por acidente. Tem que ser planejado”, explicou.
A incerteza sobre o futuro também pesa na escolha, segundo o artista. Embora ainda se veja como pai um dia, Pigossi admitiu que a realidade atual o faz questionar a possibilidade.
“Tenho uma vontade muito grande que ainda carrego comigo, mas hoje em dia não sei, me assusta um pouco o mundo. É muito mais a vontade que eu quero, de ser pai, do que realmente pensar em colocar uma pessoa no mundo no que ele está hoje. Pode ser que no futuro a gente planeje, mas hoje em dia ainda vamos criar outros ‘filhos artísticos’ primeiro”, brincou, referindo-se aos projetos cinematográficos com o marido.

Juntos desde 2021, Pigossi e Calvani já dividiram experiências profissionais. O ator protagoniza “Maré Alta“, filme dirigido pelo cineasta italiano, que marcou um momento de transformação pessoal.
“Gosto da palavra celebração. Celebrar a liberdade do corpo, toque, nudez, é muito pessoal. Estava começando a viver esse momento com o próprio Marco quando começamos o filme. Minha relação com ele estava se desenvolvendo enquanto a gente fazia. Eu também estava me descobrindo sexualmente, meu corpo, parceria, amor, intimidade, toque”, revelou.
Pigossi também falou sobre como a arte contribuiu para sua jornada de autoconhecimento, ajudando-o a desconstruir padrões impostos pela sociedade. “A gente diz que a arte cura. Não sei até que ponto se cura, a gente é criado e formatado dentro de uma sociedade homofóbica. Era muito mais do que é hoje, estamos em um lugar muito mais evoluído, mas venho de uma geração do pecado, família religiosa, do HIV, castigo divino. A gente cresce muito formatado para ser heteronormativo. É um processo de cura da própria homofobia internalizada”, refletiu.
Enquanto a decisão sobre a paternidade segue em aberto, o ator continua investindo em novos projetos e na parceria com Calvani, consolidando suas trajetórias no cinema e na vida pessoal.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques