Um caso de abuso de autoridade e corrupção veio à tona, após o flagra de um encontro sexual em grupo na Pedra do Arpoador, no Rio de Janeiro. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra policiais militares abordando participantes do chamado “surubão” e, segundo relatos, exigindo dinheiro para evitar prisões.
De acordo com o UOL, um policial fardado, portando lanternas e arma, cercou o grupo de pelo menos sete homens, um deles completamente nu, e os demais com pouca roupa. Já o PM aparece trajando o uniforme tradicional dos agentes que cuidam da segurança nas praias cariocas.
O episódio teria ocorrido no mesmo fim de semana do show de Lady Gaga, na praia de Copacabana. O flagrante aconteceu no domingo, por volta das 20h, no dia seguinte à apresentação.
Na gravação, é possível captar ao fundo o diálogo de testemunhas que acompanharam a abordagem. “Eles só querem propina. É para isso que eles descem… Ó, mostrando o comprovante do pix, contando dinheiro para pagar… Eles só botam medo para ganhar dinheiro”, disse o responsável pela gravação. Clique aqui para assistir.

Segundo a reportagem, dois agentes participaram da abordagem, embora apenas um deles apareça no vídeo. Um dos envolvidos, que preferiu não se identificar, relatou ao veículo que, em vez de ser conduzido à delegacia por ato libidinoso em local público, optou por pagar uma quantia em dinheiro PM.
“A gente estava lá se divertindo quando ele [o agente] chegou e mandou todo mundo se reunir. Depois ele pediu dinheiro para a gente não ser preso. Eu preferi dar o que eu tinha na hora [R$ 50] porque ser levado para a delegacia seria pior”, disse o jovem, que se sentiu “humilhado”.
Em nota, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que vai analisar as imagens para identificar os envolvidos e investigar se realmente houve uma cobrança de valores. Até o momento, a corporação não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o episódio.
Ainda segundo o veículo, esse não é o primeiro caso de cobrança de propina por militares que flagraram cenas de sexo em público. De acordo com fontes, essa prática é comum entre os agentes e acontece há anos em locais como o Aterro do Flamengo, entre outros.
Pessoas envolvidas em sexo grupal em outras ocasiões afirmam que o pagamento é exigido para que o grupo seja liberado “sem maiores complicações”. “O policial perguntou se tinha dinheiro, dei o que tinha na hora e ainda levei advertência”, lamentou uma fonte anônima.
Outro afirmou que um casal de amigos foi levado a bordo de uma viatura para efetuar o pagamento: “Isso é tão normal. Meu amigo e o peguete dele foram levados até um caixa 24h para sacar dinheiro”.
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