Uma investigação da Polícia Federal revelou a atuação de uma organização criminosa, intitulada “Cartel Brasil”, que produzia drogas sintéticas em larga escala em comunidades do Rio de Janeiro. Os criminosos buscavam transformar o cartel na maior produtora e distribuidora de entorpecentes do país. A operação foi esmiuçada pelo “Fantástico” deste domingo (18).
A PF e o Ministério Público do Rio monitoraram desde 2022 os passos de Vinícius da Silva Melo Abade, de 34 anos, apontado como chefe da quadrilha. A operação foi desmantelada após 2 anos. Segundo as autoridades, os criminosos fabricavam drogas como ecstasy, MDA e MDMA. Em uma compra, o grupo adquiria matéria-prima para mais de 4 toneladas de entorpecentes, o equivalente a 4 milhões de comprimidos.
Conforme o dominical, Vinícius ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, incluindo vídeos e fotos em hotéis, banheiras e com carros importados, devido à venda das drogas. Enquanto isso, os laboratórios improvisados eram operados, especialmente no Complexo do Alemão, na Penha e na baixada fluminense.
“Além de pessoas contratadas informalmente para trabalhar na produção da droga, nós descobrimos que tinham crianças envolvidas nessa produção“, declarou o delegado Samuel Escobar.

Segundo a investigação, a quadrilha buscava fórmulas químicas na internet para fabricar os entorpecentes, mesmo sem qualquer formação técnica. Os laboratórios clandestinos também produziam as drogas sintéticas sem controle de qualidade. Além disso, os comprimidos eram distribuídos por “mulas do tráfico” para todo o país.
A venda acontecia principalmente pela internet, e chegava aos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Roraima, Rondônia e Acre. A partir de uma empresa de perfumaria e cosmético em seu nome, o chefe da quadrilha conseguia a matéria-prima, como cafeína e efedrina, substâncias de estímulo energético.
Acordo e prisões
No entanto, para instalar os laboratórios nas comunidades, Vinícius precisou se aliar ao Comando Vermelho. Eles tinham o aval da organização criminosa e, em troca dessa segurança, parte da produção era entregue ao tráfico local, informou o promotor de Justiça Alexander de Souza.
Vinícius e outros 8 suspeitos foram presos nesta semana. Na casa dele, as autoridades apreenderam 7 carros de luxo, além de 10 kg de insumos químicos. Matheus de Lima Viana, conhecido como “Matheuzinho” e responsável por um dos laboratórios, foi igualmente detido pela PF.
Pelo menos 16 pessoas ainda estão foragidas, como Rômulo César de Oliveira Ramos, o “Rato”, e Diego Brás, o “Fex”, apontados como integrantes da organização. Os presos vão responder por tráfico de drogas e organização criminosa. A PF e o MP do Rio de Janeiro também pediram à Justiça o sequestro dos bens de Vinícius, avaliados em R$ 50 milhões.
Veja a reportagem na íntegra:
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