Um ex-funcionário de Sean “Diddy” Combs, que trabalhou com o rapper de 2013 a 2015, revelou os bastidores das freak-offs. Ao comparecer no tribunal nesta quarta-feira (21), George Kaplan contou que o famoso usava um pseudônimo para reservar os quartos em hotéis e que tudo era organizado momentos antes das festas polêmicas. Ela ainda disse que chegou a buscar drogas para o chefe.
Kaplan explicou que era o responsável por organizar as estadias em hotéis onde aconteciam as freak-offs. Inicialmente, seu trabalho era buscar comida, produtos de higiene pessoal ou outros itens domésticos de que Combs pudesse precisar. No entanto, ele afirmou que sua função mudou com o tempo, uma vez que o cantor “confiava [nele] um pouco mais”.
O ex-funcionário relatou que, certo dia, recebeu uma bolsa com pertences pessoais de Diddy, como roupas, um alto-falante, bebida alcoólica, óleo de bebê e lubrificante. Segundo ele, todos os itens deveriam ser reabastecidos e as compras eram feitas através do cartão de crédito corporativo da Combs Enterprises.
Em depoimento, Kaplan narrou que ligava para hotéis com apenas algumas horas de antecedência para reservar um quarto para Combs sob o pseudônimo de “Frank Black”. Ele acrescentou que alguns dos lugares favoritos do réu eram o Trump Hotel, em Columbus Circle, o SLS, em South Beach, e o InterContinental, em Los Angeles.

Kaplan também revelou que, ao final das festas, tinha que ajudar a limpar os quartos dos hotéis, remover “muitas garrafas de Gatorade, garrafas de bebidas alcoólicas e frascos de óleo de bebê”, para que os funcionários do estabelecimento não fossem pegos de surpresa ao adentrarem o quarto.
De acordo com o depoente, ele tomou conhecimento de que alguns hotéis vendiam imagens ou vídeos para “envergonhar” figuras públicas e que isso era algo que “queria evitar”. “Houve uma única ocasião em que me deparei com um pó marrom cristalizado, não sabia o que era e me livrei dele”, recordou.
Em outro momento, o ex-funcionário disse que chegava a buscar drogas para Diddy. “Fiz o que ele me pediu”, argumentou. Conforme o Page Six, o governo concedeu imunidade ao homem para que pudesse testemunhar “sem medo de represálias criminais”.

Ao abordar a jornada de trabalho, Kaplan explicou que seu expediente durava de 80 a 100 horas por semana e que os turnos podiam terminar às 7 da manhã. Ele acrescentou que, apenas no primeiro ano prestando serviço ao rapper, recebeu US$ 125.000 (R$ 707 mil na cotação atual).
Por fim, a testemunha mencionou o comportamento agressivo de Combs, alegando que o magnata do rap lhe fazia “ameaças mensais” de que poderia perder o emprego. Diddy teria ressaltado que deseja “estar cercado pelos melhores e que aqueles ao seu redor na época não estavam tendo aquele desempenho”.
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