Um corpo em avançado estado de decomposição foi encontrado dentro de uma casa no bairro do Cocotá, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (21). Segundo a Polícia Civil, os restos mortais pertencem a Dário Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, pai de Tânia e Marcelo, que foram presos em flagrante por ocultação de cadáver. O corpo estava no imóvel há, pelo menos, seis meses.
O caso começou a ser investigado após denúncias de vizinhos, que estranharam a ausência do idoso, conhecido e querido na região. Agentes encontraram o corpo no quarto pavimento da casa, em um cômodo vedado, supostamente para evitar que o cheiro forte se espalhasse. A Polícia Técnica definiu o estado do corpo como de “esqueletização”. Um vídeo mostra o momento da prisão dos irmãos e a condição da casa onde eles mantinham o cadáver.
Veja:
Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (21), dois irmãos em flagrante por manter o corpo do pai há meses dentro de casa na Ilha do Governador.
Crédito: Divulgação pic.twitter.com/CALdpoSXaS
— Jornal O Dia (@jornalodia) May 21, 2025
A principal hipótese dos investigadores é que os irmãos mantiveram o cadáver escondido com o objetivo de continuar recebendo os rendimentos do pai. O delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP, afirmou ao jornal O Globo:
“A gente vai analisar as causas da morte, determinar o exato momento em que isso aconteceu e também verificar se houve um homicídio ou se decorreu de um estado mórbido ou uma doença. O que se sabe por enquanto é que há pelo menos seis meses esse corpo já estava no interior dessa residência, mas a gente não sabe ainda o que motivou esses irmãos a deixarem o corpo do pai desfalecido por mais de 6 meses”.
Em depoimentos iniciais, surgiram relatos de que Marcelo teria confessado a terceiros ser responsável pela morte do próprio pai. Segundo Santoro, ele apresenta sinais de psicopatia. Já Tânia, sua irmã, seria professora e teria vivido em cárcere privado sob influência do irmão, apresentando sintomas de fragilidade emocional e possíveis distúrbios psicológicos. A situação mental dos dois também será objeto de apuração.
Há testemunhos indicando que Dário não era visto há pelo menos dois anos. A investigação está em curso e os suspeitos podem vir a responder por outros crimes, dependendo dos resultados dos laudos periciais e dos novos depoimentos colhidos. A casa foi isolada para as diligências.
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